Suspeito detido pelo desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Philips confessa ter matado e esquartejado dupla

Relatório da Polícia Federal sobre as investigações diz que as informações obtidas até o momento “permitem inferir a presença de fortes elementos indiciários” da participação dos suspeitos no caso

Relatório da Polícia Federal sobre as investigações diz que as informações obtidas até o momento “permitem inferir a presença de fortes elementos indiciários” da participação dos suspeitos no caso

Por Andressa Franco

Imagem: Repórter Brasil

Depois de ser levado pela Polícia Federal para o local de buscas do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, Oseney da Costa Oliveira confessou ter matado a dupla, junto com seu irmão Amarildo, conhecido como ‘Pelado’.

Seus corpos, segundo ele relatou a PF, foram esquartejados e incinerados. O assassinato aconteceu no dia 5, após ele o irmão, que também já está preso, serem flagrados e fotografados pescando ilegalmente.

De acordo com o depoimento de Oseney, Dom e Bruno foram rendidos e mortos, decepados, esquartejados e queimados. Em seguida, os restos mortais foram jogados em uma vala na região do Vale do Javari, na Amazônia.

Oseney conta que ele e ‘Pelado’ estavam pescando pirarucu quando foram alertados por Bruno e Dom, o jornalista ainda chegou a fotografá-los. Assim, os dois renderam as vítimas e as levaram para uma vala, onde foram mortos. Há a suspeita de participação de outras pessoas. Até esta quarta-feira (15), nove pessoas haviam sido ouvidas pela polícia.

O desaparecimento

Bruno e Phillips foram vistos pela última vez no dia 5 de junho na comunidade ribeirinha São Rafael, onde foram recebidos pela mulher do líder comunitário conhecido como “Churrasco”. Depois da visita, seguiram viagem em um barco da Funai pelo rio Itaquaí de volta para Atalaia do Norte. A viagem dura aproximadamente duas horas, e a dupla navegava em uma embarcação nova, com gasolina o suficiente para a viagem, mas nunca chegou ao destino.

A região tem a maior concentração de povos isolados do mundo e vem sofrendo com invasões de caçadores, pescadores e madeireiros.

“Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da FUNAI no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas”, diz o texto da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), principal associação indígena da região, e que divulgou o desaparecimento dos dois.

Cunhado de Dom volta a afirmar que recebeu a notícia que os corpos foram encontrados

Imagens divulgadas pela Polícia Federal mostram os objetos encontrados na área de buscas por Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira, no interior do Amazonas. Foram localizados uma mochila, um notebook, camisas, bermudas, calça, chinelos e botas.

Na segunda-feira (13), Paul Sherwood, cunhado de Dom Phillips, informou que dois corpos haviam sido encontrados e que a informação foi repassada à família por um representante da embaixada brasileira no Reino Unido. Mas a PF e a Unijava negaram a informação.

Nesta terça (14), no entanto, Paul Sherwood voltou a confirmar a notícia da descoberta dos corpos em um post no Twitter, que contou com apoio de irmãos, irmãs e sobrinhos do jornalista desaparecido. Ele afirma que a notícia foi repassada por Roberto Doring, representante da embaixada brasileira no Reino Unido.

A procura pelos dois teve início no mesmo dia em que desapareceram, por integrantes da Univaja. Como não conseguiram localizá-los, alertaram as autoridades no dia seguinte, 6 de junho. Assim, Exército, Marinha, Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e a Polícia Federal se somaram nas buscas. Uma equipe com aproximadamente 250 homens, duas aeronaves, três drones e 20 viaturas.

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