Por Karla Souza
Adriele Santos Nascimento, uma jovem de 16 anos, foi morta a facadas no povoado de Campinho, no distrito de Barra Grande, em Maraú, no baixo sul da Bahia, na última sexta-feira (15). Segundo a Polícia Militar, o ex-namorado da vítima é o principal suspeito do crime, que ocorreu por volta das 21h. Segundo o portal de notícias G1, o corpo da adolescente foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) da região, onde passou por necropsia.
No domingo (17), a Polícia Civil prendeu o suspeito Lucas Bomfim de Oliveira, que agora está sob custódia enquanto as investigações prosseguem. A Delegacia Territorial de Maraú é responsável pela apuração do caso, buscando coletar depoimentos e evidências para esclarecer as circunstâncias do feminicídio.
O feminicídio de Adriele reflete um quadro crescente de violência contra mulheres na Bahia. Segundo a Rede de Observatórios da Segurança, o estado registrou um aumento de 58% nos casos de feminicídio entre 2022 e 2023. No ano passado, foram contabilizadas 200 ocorrências, enquanto em 2023 o número saltou para 316.
Este crime é também parte de uma estatística nacional alarmante. O estudo “Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil”, realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que, de 2021 a 2023, o Brasil registrou 15.101 mortes violentas de crianças e adolescentes de até 19 anos. Desse total, 1.508 eram meninas, e 368 dessas mortes foram categorizadas como feminicídios, representando 24,4% dos casos. O estudo também destacou que a maioria das vítimas de feminicídio entre adolescentes está na faixa etária de 15 a 19 anos, como Adriele.
Denuncie violência contra mulher através da Central de Atendimento
Ligue para o 180, denuncie e receba orientações sobre os passos a serem tomados para buscar segurança e apoio. O serviço ajuda a conectar vítimas a uma rede de proteção que pode incluir abrigos, atendimento jurídico e suporte psicológico.