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Publicação debate o papel da filantropia no apoio a terreiros e no combate ao racismo religioso

Publicação destaca como a filantropia pode se aproximar das práticas dos terreiros e apoiar o enfrentamento ao racismo religioso
Imagem: Divulgação

Por Karla Souza

No próximo dia 26 de setembro, às 10h, será lançada a pesquisa “Abre Caminhos: terreiros e filantropia em movimento pela justiça social”, de autoria de Mayana Nunes, e fruto do Programa Saberes, da Rede Comuá.  O evento será realizado em formato de roda de conversa online, com participação aberta ao público, e contará com a presença de lideranças de terreiros e organizações que integram o estudo.

A publicação parte da experiência da pesquisadora como mulher negra de terreiro inserida no campo da filantropia. O trabalho revisita sua atuação no Fundo Brasil de Direitos Humanos, especialmente no edital Enfrentando o Racismo a partir da Base, e busca compreender como a filantropia pode contribuir para o fortalecimento das religiões de matriz africana no enfrentamento das violências. 

“Esta publicação é resultado de um conjunto de questões e inquietações que me movem nos últimos anos. Estar nesses lugares me provocou a pensar sobre como as fundações e organizações que compõem o ecossistema filantrópico constroem relações com as comunidades que buscam apoiar”, afirma Mayana.

O estudo destaca que terreiros enfrentam cotidianamente práticas de racismo religioso, desde ameaças a filhos e filhas de orixás até depredações de seus espaços. Segundo o Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, as denúncias de intolerância religiosa aumentaram 80% no primeiro semestre de 2024, somando 1.227 registros, tendo o Candomblé e a Umbanda como principais alvos. Esses ataques têm raízes históricas que remontam à criminalização da religiosidade africana durante a escravidão e ainda encontram respaldo em forças políticas conservadoras.

Entre os grupos envolvidos na pesquisa estão a Associação das Tradições Culturais e Sociais Afro-Brasileiras e Ameríndias do Estado de Goiás (Águas Lindas-GO), a Tenda de Umbanda Caboclo Flecheiro (Olinda-PE), o Instituto da Mulher Negra Mãe Hilda Jitolú (Salvador-BA), o Coletivo Iya Akobiode (Salvador-BA) e o Kilombo Manzo (Belo Horizonte-MG). São comunidades que articulam cultura, espiritualidade e resistência frente às desigualdades e que têm na filantropia uma possibilidade de fortalecimento institucional.

A Rede Comuá, organizadora do Programa Saberes, reúne fundos temáticos, fundações comunitárias e organizações doadoras independentes. Criada em 2012, mobiliza recursos para apoiar coletivos, movimentos e organizações que atuam nos campos da justiça socioambiental e dos direitos humanos.

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