Por Matheus Souza
Em um cenário de devastação, com estradas, casas e plantações destruídas, a região do Caribe tenta se reerguer após a passagem do Furacão Melissa pela Jamaica, Haiti e Cuba na última terça-feira (28). Até o momento, 49 pessoas morreram e 20 permanecem desaparecidas. A maioria das mortes, 30 delas, ocorreram no Haiti, que apesar de não ter estado no olho do furacão foi atingido pelas fortes chuvas e ventos trazidos pelo fenômeno climático. Pelo menos 10 vítimas fatais eram crianças.
As águas mais quentes do Caribe, combinadas aos ventos de pouca intensidade em altitudes mais elevadas, criou o cenário propício para a intensificação do furacão, que rapidamente evoluiu de uma tempestade tropical com ventos de 110 km/h na manhã de sábado (25) para um furacão de categoria 4 com ventos de 225 km/h na manhã de domingo (26). Na terça-feira, o fenômeno atingiu a categoria 5, com ventos de até 298 km/h, se tornando a segunda tempestade mais forte já registrada no Atlântico desde o início da série histórica, em 1851.
Na Jamaica 19 pessoas perderam suas vidas em decorrência das tempestades. O furacão foi classificado como o mais potente a passar pelo país, deixando 77% do território sem energia elétrica e cerca de 140 mil jamaicanos ficaram totalmente isolados devido à tempestade. As Forças Armadas da Jamaica precisaram convocar reservistas para ajudar nas operações de resgate e salvamento.
Apesar de não ter tido vítimas fatais, Cuba também sofreu com a passagem do Melissa. O furacão atingiu a costa sul do leste de Cuba na quarta-feira (29), na categoria 3, com ventos máximos sustentados de 195 km/h, informou o NHC (Centro Nacional de Furacões dos EUA) em seu último boletim, classificando o fenômeno como “extremamente perigoso”. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, escreveu em suas redes sociais que “a noite foi muito difícil. Os danos são consideráveis”. Cerca de 735 mil cubanos foram evacuados de suas residências.
Mobilização Internacional
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou na última sexta-feira (31), o envio de três aviões de ajuda humanitária à Jamaica com mais de 300 socorristas e 50 toneladas de produtos essenciais.
O embaixador da China em Havana, Hua Xin, informou na segunda-feira (27) através das redes sociais que a Cruz Vermelha Chinesa enviou a Cuba mil kits familiares de emergência destinados às províncias orientais que seriam afetadas pelo furacão.
Na quarta-feira, o Reino Unido anunciou o envio de 2,5 milhões de libras (cerca de R$ 17,7 milhões) em fundos humanitários de emergência para o Caribe. No mesmo dia, o governo estadunidense mobilizou equipes de resgate na República Dominicana, Jamaica e Bahamas para ajudar com resgates, kits médicos e suprimentos. A Venezuela, por sua vez, enviou mais de 26 mil toneladas de ajuda humanitária à Cuba.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores da França, o país prevê entregar “nos próximos dias” uma carga de ajuda humanitária de emergência à Jamaica. O embaixador da China em Cuba compartilhou um vídeo nas redes sociais mostrando centenas de caixas etiquetadas como “kits para famílias” sendo transportadas de um armazém.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) entregou cerca de 2,6 toneladas de suprimentos médicos essenciais às autoridades de saúde cubanas para apoiar a resposta nas áreas afetadas pelo furacão. O CEO da Apple, Tim Cook, anunciou que fará uma doação para apoiar os esforços de socorro às vítimas do furacão Melissa na região.
O governo jamaicano lançou um site oficial de cobertura sobre a catástrofe, onde é possível acompanhar as últimas atualizações sobre o incidente, localizar resgates e realizar doações.


