Texto: Divulgação
Criada pela comunicadora e pesquisadora alagoana Manuella Rithyane, a Revista Orí de Yabás nasce como uma publicação independente que coloca as mulheres negras no centro da narrativa cultural e acadêmica. O projeto reúne entrevistas, reportagens, ensaios e indicações culturais sobre ancestralidade, religiosidades afro-brasileiras e memórias femininas em Alagoas. Disponível gratuitamente em formato digital, a revista propõe um diálogo entre espiritualidade, comunicação e produção de conhecimento, afirmando o lugar das mulheres negras como produtoras e guardiãs da cultura.
A publicação tem origem no desejo de Rithyane de unir afeto, escuta e rigor acadêmico em uma iniciativa afrocentrada, orientada pelos princípios da oralidade e da ancestralidade. Inspirada nas Yabás, as orixás femininas Iemanjá, Oxum, Iansã, Nanã, Obá e Ewá, a revista homenageia o sagrado feminino e a força criadora que atravessa a experiência das mulheres negras. A escolha do nome reforça esse vínculo espiritual: Orí representa a cabeça, o destino e a consciência, enquanto Yabás significa “mães rainhas”.
Formada em Comunicação Social, com pesquisas voltadas à religiosidade afro-brasileira, Manuella Rithyane tem dedicado sua trajetória à construção de narrativas que descolonizam a forma de contar histórias.
“A palavra é meu instrumento e meu escudo. Essa revista é sobre voz, memória e respeito. É sobre mulheres negras como força criadora”, afirma. O projeto questiona o apagamento histórico das mulheres negras e propõe a retomada de suas memórias como estratégia de resistência e existência.
Conforme a idealizadora, a identidade visual da Orí de Yabás foi pensada para expressar essa conexão com o sagrado. Tons terrosos, símbolos da natureza e referências ao corpo feminino compõem uma estética que comunica espiritualidade e pertencimento. A revista tem o intuito de não se limitar a apresentar conteúdos culturais, mas também convocar a reflexão sobre as formas de produzir e compartilhar conhecimento, tensionando a lógica eurocentrada que ainda domina os espaços acadêmicos e midiáticos.


