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Moradora consegue liberdade provisória após ser presa por filmar megaoperação no Rio de Janeiro

Gabriela Elias segue sob medidas restritivas inicialmente por dois anos após registrar em live a ação policial que deixou mais de 120 mortos e por tentar impedir que a polícia entrasse em sua casa
Imagem: Agência Brasil

Por Patrícia Rosa

A Justiça do Rio de Janeiro concedeu liberdade provisória à faxineira Gabriela Cristina Elias, moradora do Complexo da Penha, no Rio de Janeiro (RJ). Ela foi presa durante uma megaoperação policial após registrar, em uma live, a ação dos agentes, no último dia 28 de outubro. 

Um dia após a operação, dona Selma Elias de Jesus, de 62 anos, mãe de Gabriela, relatou à BBC News que a filha fez a live enquanto tentava impedir que policiais entrassem em sua casa durante a ação. No momento da operação, havia apenas outras mulheres e crianças na casa, e a mulher teria resistido à entrada dos agentes. De acordo com o relato de dona Selma, ainda assim os policiais entraram, atearam gás de pimenta, bateram na jovem e deram voz de prisão. 

“Só tinha mulher e criança, e ela não queria deixá-los entrar. Ela falou: ‘A operação de vocês, o trabalho de vocês é aí fora. Não é aqui dentro’. Ela foi dada como bandida, algemada. Eles estão falando que ela é do tráfico, ela não é do tráfico. Ela tem um filho de seis anos. Ela faz faxina. Faz o dinheirinho dela. Paga o aluguel”.

De acordo com informações do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Gabriela passou por uma audiência de custódia no dia 30 de outubro, quando foi indeferido o pedido de relaxamento da prisão. Ficou determinado que Gabriela ficará em liberdade provisória, com a obrigação de apresentação mensal ao juízo, sob pena de prisão preventiva. As medidas terão duração inicial de dois anos.

A veículos de imprensa, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que Gabriela foi autuada pelos crimes de associação para o tráfico e resistência. A Defensoria Pública do Estado afirmou  considerar exagerada a interpretação da conduta de Gabriela como indicativa de associação ao tráfico. 

A megaoperação deflagrada pelas polícias Civil e Militar se tornou a mais letal da história do estado. A ação deixou pelo menos 121 pessoas mortas e uma comunidade marcada pela violência e brutalidade.

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