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Masterclass sobre moda decolonial busca aproximar Bahia, Moçambique e Guiné-Bissau em encontro na capital baiana

PELôLAB ocupa o Palacete Tira-Chapéu e debate moda como território de identidade, tecnologia e disputa política
Tainara Ferreira / Imagem: Divulgação

Texto: Divulgação

O Palacete Tira-Chapéu, no Centro Histórico de Salvador (BA), recebe nesta sexta-feira (12) uma programação voltada a discutir moda como expressão cultural e campo estratégico de criação. O PELôLAB – Trajetórias que Transformam reúne especialistas, pesquisadores e criadores para pensar estéticas afro-diaspóricas, inovação e caminhos para fortalecer produções que movimentam territórios e desafiam estruturas raciais da indústria.

Entre os destaques está a masterclass da consultora de relações étnico-raciais Tainara Ferreira, às 11h, dedicada ao tema “Descolonizar o olhar na moda e estéticas africanas”. A atividade contará com participação remota de representantes de quatro marcas de Moçambique e da Guiné-Bissau: BTB, Xipixi, Queen Titíne e Patrício Correia. A presença de criadores africanos amplia o diálogo sobre como referências produzidas nos países do continente influenciam a moda afro-brasileira e seguem disputando espaço em um mercado que ainda privilegia padrões eurocentrados.

Tainara compartilha reflexões baseadas no letramento racial, articulando experiência acadêmica, atuação no projeto Fancy Africa, realizado em Moçambique, e vivências acumuladas em iniciativas que aproximam moda e identidade. A especialista debaterá heranças africanas que estruturam estéticas contemporâneas, os atravessamentos raciais da cadeia produtiva e a urgência de reposicionar criadores africanos e afro-diaspóricos como protagonistas das narrativas visuais.

“Toda vez que pensamos moda a partir da perspectiva europeia, apagamos séculos de criação, técnica e simbologia africana. Descolonizar o olhar é aprender novamente, com humildade, com profundidade, e sobretudo com quem produz moda há gerações”, aponta.

A presença das marcas convidadas reforça esse movimento. A BTB articula moda urbana como linguagem política para juventudes; Xipixi revisita o cavalheirismo africano com elegância contemporânea; Queen Titíne projeta o Pano de Pinti em passarelas internacionais; e Patrício Correia inscreve a cultura guineense em produções reconhecidas dentro e fora do continente. Cada participação amplia a compreensão sobre moda como tecnologia cultural e como afirmação de identidades que enfrentam apagamentos históricos.

O PELôLAB integra o Programa de Responsabilidade Sociocultural e Ambiental da Elysium Sociedade Cultural e promove encontros sobre negócios, salvaguarda, gestão criativa e trajetórias que conectam periferias, ancestralidade e inovação. A programação percorre diferentes abordagens da moda, incluindo debates com Mãe Diana, Kelly Coelho e Carlos Cruz, além de um desfile que encerra as atividades no final da tarde.

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