Texto: Divulgação
O Instituto Fogo Cruzado lançou nesta terça-feira (16) uma plataforma de monitoramento, intitulada “Futuro Exterminado”. A iniciativa tem o objetivo de manter a sociedade informada a respeito de casos em que crianças e adolescentes foram baleados em quatro grandes capitais do país e de suas respectivas regiões metropolitanas: Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Belém. A plataforma contém dados registrados desde julho de 2016 e apresenta ao todo 1.985 vítimas.
Faz três anos que o Instituto Fogo Cruzado atua em Salvador e Região Metropolitana (RMS). Durante esse período, foram identificadas ao menos 232 crianças e adolescentes, com idade entre zero e 17 anos, que sofreram esse tipo de violência. Entre as vítimas registradas, 152 morreram e 80 ficaram feridas. A região concentra 12% dos atingidos.
A nova ferramenta contém um mapa interativo que receberá atualizações periódicas, tanto dos dados gerais quanto das informações das vítimas. Ao acessar a plataforma, é possível consultar as informações sobre cada criança e adolescente que foi vítima de violência armada no período mapeado: nome, idade, local e as circunstâncias em que a vítima foi atingida. Com precisão de localização, a plataforma permite filtrar os casos por região, período e circunstâncias do crime.
“Um grupo que deveria ser prioritário no quesito garantia de direitos é alvo cada vez mais frequente. É o reflexo de uma política de segurança falida”, reflete, Tailane Muniz, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado na Bahia.
Um exemplo é o caso de Isaías, um adolescente de 14 anos, que foi baleado no bairro da Fazenda Grande do Retiro, em Salvador, no dia 26 de maio deste ano. Moradores da região contaram que o garoto retornava da escola quando foi atingido durante uma operação policial. Ao menos 52 jovens foram baleados durante ações ou operações policiais, representando 22% dos atingidos na capital baiana.
O Instituto Fogo Cruzado trabalha na produção e divulgação de números sobre a violência armada também no Rio de Janeiro, Recife e Belém. Os dados são do monitoramento em tempo real realizado pelo instituto, por meio de um aplicativo com banco de dados aberto.


