Em audiência com o novo presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, empossado na semana passada, ativistas entregam o documento Carta das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver sob o lema “Mulheres Negras Movem o Brasil por Direitos”
Delegação de ativistas do movimento de mulheres negras brasileiras entrega nesta quarta-feira (30/9), às 13h, para gabinete do novo presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, recém-empossado no cargo, a Carta das Mulheres Negras contra o Racismo e o Sexismo e pelo Bem Viver. O grupo é representativo de mais de 55 milhões de mulheres negras brasileiras.
Sob o lema “Mulheres Negras Movem o Brasil por Direitos” a ação busca compromisso do STF com o fim do racismo e do sexismo e com a garantia do bem viver, convidando a Suprema Corte a firmar um “pacto verdadeiro por justiça, equidade, solidariedade e bem-estar, que são valores inegociáveis, diante da pluralidade de vozes que coabitam nosso país e reivindicam o bem viver, que prima pela harmonia das relações humanas na sua diversidade e com o meio ambiente”.
De acordo com a Carta das Mulheres Negras, “com a posse do Ministro Luiz Fux na Presidência do Supremo Tribunal Federal, renovamos nosso compromisso com a Constituição de 1988 e esperamos que esta Corte se comprometa diante de nós com o direito à vida, pelo reconhecimento pleno de nossa igual humanidade, pelo direito a ter direitos e pelo reconhecimento e valorização das diferenças”.
São destacadas 26 ações, que reforçam o Manifesto da Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, ocorrida em 2015 e mobilizadora de mais de 50 mil afro-brasileiras. A Carta das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver abrange do direito à vida da população negra – alvo de genocídio pela alta letalidade da juventude negra, feminicídio e outras formas de violência –, à demarcação e homologação de territórios quilombolas, políticas de saúde, moradia, trabalho, educação, enfrentamento do racismo ambiental e religioso, implementação do Estatuto da Igualdade Racial e cumprimento de acordos internacionais em favor da população negra.
O documento é assinado por 624 instituições do movimento de mulheres negras, tais como Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Fórum Nacional de Mulheres Negras, Criola, Geledés, Frente de Mulheres Negras do Distrito Federal e Entorno, Movimento Negro Unificado e movimentos sociais parceiros da luta antirracista e antissexista, além de 1.510 ativistas negras, entre elas Sueli Carneiro, Anielle Franco, Vilma Reis, Lúcia Xavier e Valdecir Nascimento.
Entrega da Carta das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver ao STF
Data: 30/09/2020 (quarta-feira)
Horário: 13h
Local: STF (Praça dos Três Poderes) – Brasília/DF