O agressor de 24 anos foi interrogado por detetives e liberado sem acusações. A vítima que morreu sofria de transtornos mentais
Por Daiane Oliveira
Imagem: Reprodução
Jordan Neely, de 30 anos, foi estrangulado até a morte no metrô de Nova York, nos Estados Unidos da América, por um homem de 24 anos que não teve o nome divulgado. O crime aconteceu na segunda-feira, 1 de maio, na estação Broadway-Lafayette, mas o caso vem tomando repercussão no mundo todo após a divulgação do vídeo que mostra a agressão e como a vítima estava dominada quando foi barbaramente assassinada.
O acusado pelo crime não teve o nome divulgado pela polícia estadunidense, mas sabe-se que foi interrogado e liberado sem acusações. Segundo informações da rede ABC, a vítima estava em situação de rua e teria assediando e ameaçando outros passageiros quando o homem branco de 24 anos interveio, dominou e o estrangulou até que houvesse perda de consciência da vítima. Após a agressão física, Jordan Neely chegou a ser levado às pressas para o hospital Lenox Hill, onde foi declarado morto.
No entanto, apesar da narrativa de legítima defesa do acusado, quem conheceu Neely aponta que ele não era agressivo e estaria sofrendo com transtornos mentais. Em entrevista ao New York Post, o jornalista Juan Alberto Vasquez, que também estava no metrô no momento da agressão, contou que Jordan Neely falava estar com fome.
“Disse que não comeu, não bebeu, estava cansado e não se importava se fosse parar à prisão. Não atacou fisicamente ninguém antes de ser derrubado. Acho que, de certa forma, é bom que os cidadãos queiram intervir e ajudar, mas acho que há que usar a moderação. Isto nunca teria acontecido se a polícia tivesse aparecido em cinco minutos”, disse o jornalista.
Em entrevista para a ABC, a Polícia de Nova York informou que Neely era um reincidente no metrô, com 44 prisões anteriores por agressão, conduta desordeira e sonegação de tarifa. A afirmação já indica a linha de pesquisa que os agentes policiais seguem neste novo caso de racismo. Já o controlador de Nova York, Brad Lander, expressou indignação na sua conta pessoal em uma rede social. Na mensagem, Lander disse que “NYC não é Gotham” e reforçou que não deseja que a cidade se torne o lugar onde “um ser humano com doença mental pode ser sufocado até a morte por um vigilante sem consequências.”
Na última quarta-feira (3), cerca de 30 pessoas reuniram-se para uma vigília em homenagem à vítima numa plataforma do metrô, mas a polícia impediu a manifestação. O ato foi registrado e o vídeo publicado em uma rede social.