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“A Marcha é revolucionária”: em coletiva de imprensa mulheres negras reafirmam potência da luta por Reparação e Bem Viver 

Coletiva de imprensa reúne lideranças de todo o país e marca o início de um dia histórico em Brasília (DF)
Imagem: Elizabeth Souza

Por Elizabeth Souza

“A marcha é revolucionária e nós mulheres negras fazemos revolução todos os dias”, destacou Valdecir Nascimento, integrante do Comitê Nacional da Marcha de Mulheres Negras, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (25). A ocasião aconteceu momentos antes do início da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver e reuniu diversas lideranças que têm construído o levante ao longo dos últimos três anos.

A Marcha das Mulheres Negras acontece neste dia 25 de novembro, em Brasília (DF), e tem como objetivo reunir um milhão de participantes na luta por Reparação e Bem Viver. ” O maior movimento de mulheres negras no mundo”, afirma Terlúcia Silva, liderança da Aboyomi Coletiva de Mulheres Negras da Paraíba, que também integra o Comitê Nacional. “Nossos sonhos se encontram em Brasília e nossa ancestralidade nos fortaleceu para que hoje estivéssemos aqui”, completou.

Já fincada no tempo e na história como um movimento revolucionário, a Marcha é o símbolo e a concretude na busca pela verdadeira democracia, já que, como dizia Lélia Gonzalez, uma democracia que não garante a vida plena e de qualidade a mulheres negras é incompleta. Cenário que diz muito sobre a realidade do Brasil, que ainda carrega uma bagagem colonial.

O movimento defende a construção de um novo pacto civilizatório já anunciado 10 anos atrás, em 2015, quando 100 mil mulheres marcharam pela primeira vez em Brasília contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver.

Construída através da coletividade e diversidade dos comitês global, internacional, nacional, estaduais, locais e temáticos, a Marcha visa lutar pelo direito das mulheres negras em sua inteireza, particularidades e pluralidades. 

“Marchar é um ato político e é a primeira vez em 10 anos que as mulheres negras com deficiência estão organizadas e marchando pelo Bem Viver”, comentou Luciana Vieira, do Comitê de Mulheres Negras com Deficiência.

“Precisamos lutar por uma sociedade antiproibicionista, porque a luta contra as drogas nesse país é perpetrada pelos brancos que querem acabar com nossas vidas”, frisou Manuela Andrade, liderança do Comitê Antiproibicionista.

Semana por Reparação e Bem Viver

A Coletiva, assim como muitos eventos que estão ocupando a capital federal desde a última quinta-feira (20) e seguirão até a próxima quarta-feira (26), fazem parte da programação oficial da Semana por Reparação e Bem Viver. As agendas são promovidas por coletivos e organizações de todos os cantos do país e também internacionais, mobilizadas em torno da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver. Para conhecer toda a programação, acesse os perfis da Marcha nas redes sociais. 

A Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver é uma mobilização de caráter nacional e internacional, que acontece quase 10 anos depois de mais de 100 mil mulheres negras marcharem em 2015 contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver – um processo histórico que impactou e definiu os rumos da nossa organização política no Brasil e na América Latina.

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