Abertura do Encontro Regional de Mulheres Negras do Nordeste em Marcha por Reparação e Bem Viver é marcada por alegria, afeto e radicalidade política

As atividades do Encontro vão continuar durante todo o final de semana, com a presença de cerca de 200 mulheres, em Recife (PE), articulando estratégias de mobilização para a Marcha em todo Nordeste

Por Andressa Franco

Na noite da última sexta-feira (6), o Encontro Regional de Mulheres Negras do Nordeste em Marcha por Reparação e Bem Viver, deu início às suas atividades reunindo cerca de 200 mulheres em Recife (PE). Realizado pelos Comitês Impulsores da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, o evento mobilizou ativistas de diversos grupos, coletivos, associações e comitês da região, todas engajadas na construção da 2ª Marcha Mulheres Negras no Brasil, marcada para 25 de novembro de 2025, em Brasília (DF).

“A marcha não tem dona, e ela vai ter o tamanho que cada uma de nós der”, começou Durvalina Rodrigues, coordenadora da Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba, chamando atenção para a responsabilidade coletiva na construção da Marcha.

As atividades do Encontro vão continuar durante todo o final de semana, nos dias 7 e 8 de dezembro. O objetivo é promover a troca de experiências, o planejamento e a definição de estratégias de mobilização para a Marcha, fortalecendo o papel do Nordeste nesse processo.

Em sua fala de abertura, Valdecir Nascimento, fundadora do Odara – Instituto da Mulher Negra, lembrou que é o momento de o movimento de mulheres negras do Nordeste dizer ao país o que é Reparação e Bem Viver.

“O Brasil está esperando a gente dizer. Porque nós, as mulheres negras da região Nordeste, viramos os sujeitos políticos mais importantes desse país. É a hora de radicalizar. É por isso que nós estamos aqui, que nós não paramos desde 2015, e que precisamos cuidar para que nossas mais novas não experimentem as mesmas coisas que muitas de nós experimentamos”, declarou.

Valdecir, que também compõe a coordenação da Rede de Mulheres Negras do Nordeste, é ativista da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e coordena a sub-região do Brasil na Rede de Mulheres Afrolatinoamericanas, Afrocaribenhas e da Diáspora, reforçou ainda a importância da participação das jovens negras à frente do movimento e da mobilização da Marcha.

“Não existe movimento sem jovem. É preciso que a juventude venha por causa da energia, da inteligência, de suas várias perspectivas. Precisamos pensar sério na formação política e radical das nossas jovens. O Brasil é um país que exige da gente uma capacidade fina de fazer leitura política todos os dias. Nós somos um grupo que todos os dias toma um golpe”, disse. 

Para este sábado (7), estão previstas entre as atividades uma Análise de Conjuntura com foco nos eixos da Marcha, além de um Aulão sobre Reparação e Bem Viver. No domingo (8), as ativistas devem dialogar sobre as estratégias de cada estado da região para mobilizar os recursos necessários para chegar até Brasília.

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