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Agentes das Missões de Paz da ONU exploram e abandonam mulheres em áreas de conflito no Congo

Atualmente, 68 mil civis, militares e policiais trabalham em 11 missões pelo mundo. Com o propósito de levar paz aos territórios, muitos desses homens têm levado mais violência e angústia para vida de mulheres em estado de vulnerabilidade
Imagem: Unicef/Jospin Benekire

Da Redação*

O que deveria ser apoio e segurança, torna-se exploração e abandono. É assim a realidade de diversas mulheres africanas que são enganadas por agentes das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) em localidades vulneráveis e refém das guerras constantes. Muitas delas, inclusive menores de idade, engravidam

Também conhecidas por “capacetes azuis”, as Forças de Paz da ONU atuam há 77 anos em diversas regiões de conflito pelo mundo. De acordo com informações da Organização das Nações Unidas, mais de 68 mil civis, militares e policiais trabalham em 11 missões de paz pelo mundo. 

“As Forças de Paz da ONU ajudam países a percorrer o difícil caminho do conflito à paz”, é dessa forma que a ONU classifica os objetivos do grupo. No entanto, em meio a este trabalho nos territórios, muitos agentes têm desrespeitado o princípio de paz e respeito contra mulheres que residem nos locais de atuação. Assim tem acontecido na República Democrática do Congo. 

Uma reportagem especial da BBC traz relatos sobre isso. Uma das histórias contadas é a de Maria Masika (nome fictício), da província de Goma. Com apenas 17 anos ela engravidou de um agente da paz sul-africano, que abandonou mãe e criança – hoje com oito anos – a própria sorte. Durante a entrevista, Maria informou que o rapaz sabia que, à época, ela era menor de idade. Atualmente, para garantir alimento dentro de casa, a jovem trabalha como profissional do sexo, em Sake, também na Repúblico Democrática do Congo. 

Em janeiro, a cidade de Goma foi tomada pelo grupo rebelde M23, que conta com o apoio de Ruanda. Segundo o primeiro-ministro da República Democrática do Congo, os confrontos resultaram na morte de aproximadamente 7 mil pessoas.

Outro caso narrado no Congo é o de Kamate Bibiche, que deu à luz Dimitri (nome fictício), 12 anos, filho de Yuriy, um soldado russo da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo.

Kamate e Yuriy se conheceram e tiveram um relacionamento de três meses. Tendo revelado muito pouco sobre sua vida e identidade – como comumente acontece – Yuriy sumiu da vida de Kamate após ela ter engravidado. O número de telefone, único meio de esperança para conseguir algum contato, também não deu resultados, por estar desconectado. 

“Ele sabia que eu estava grávida, e prometeu cuidar de nós. Mas depois desapareceu sem dizer uma palavra, como se não significassemos nada para ele.”, disse ela em entrevista a BBC. Em resposta, porta-voz da Monusco informou que, “por razões legais” não poderia repassar informações sobre soldados russo que atuaram na missão em 2012. 

Apesar do relacionamento ter acontecido com consentimento de ambas as partes, uma resolução aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 2005 ainda classifica esse tipo de vínculo como exploratório.

Desde 1999, ano em que foi implantada a missão na República Democrática do Congo, já foram realizadas diversas denúncias referentes a exploração e abuso sexual envolvendo mulheres e meninas. 

*Com informações da BBC

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