Por Késsia Carolaine
Aos 89 anos de idade, Maria Moura dos Santos, mais conhecida como Maria Toinha, é uma das finalistas do Prêmio Sim à Igualdade Racial 2025, na categoria Educação-Inspiração. Residente de Paraipaba (CE), a idosa é mãe de santo, escritora, e carrega uma história de luta, sabedoria e resistência, que hoje é reconhecida nacionalmente.
Maria nasceu em 1936 e, desde então, sua vida foi marcada por desafios e superações. Trabalhando desde jovem para ajudar no sustento da família, ela estudou apenas até a quinta série. Em entrevista ao Diário do Nordeste, ela conta ter ficado emocionada com a indicação ao prêmio, pois não imaginava estar nessa posição de prestígio.
Sua trajetória como escritora começou em 2016, quando seu neto, Marcos Andrade, pediu que ela narrasse suas memórias, que, mais tarde, foram transformadas em quatro livros. Marcos, que é escritor e mestre em Sociologia, é o responsável por transcrever e organizar os relatos de sua avó.
“A Mística dos Encantados” foi o primeiro livro publicado de Maria Toinha, e trouxe na narrativa principal o resgate de sua memória. Após uma pancreatite aguda, ela acabou perdendo a memória e só a recuperou quando estava no processo de narrar sua vida para o neto.
A indicação ao prêmio, além de celebrar a trajetória de vida de Maria, relembra que suas obras reconstroem identidades e valorizam o saber ancestral.
O prêmio Sim à Igualdade Racial é promovido pelo Instituto Identidades do Brasil e reconhece iniciativas que promovem a igualdade racial. Neste ano, a premiação também destaca pautas como justiça climática e questões de gênero, com foco nas regiões Norte e Nordeste.