Auto dos Orixás lança vaquinha online para garantir realização do espetáculo em João Pessoa (PB)

O espetáculo acontece anualmente no dia 20 de novembro, no Centro Histórico da capital paraibana, enaltecendo a cultura e espiritualidade afro-brasileira

Por Elizabeth Souza

Realizado desde 2011 em João Pessoa, na Paraíba, o Auto dos Orixás é um espetáculo gratuito que acontece na rua do Centro Histórico da cidade todo 20 de novembro, data em que é celebrado o Dia da Consciência Negra. Este ano, o espetáculo, que alcança sua 14ª edição com o tema “Yaô, Corpo Sagrado”, está em fase de produção e conta com uma campanha de arrecadação de recursos para garantir sua realização.

Produzido de maneira independente e colaborativa, o Auto dos Orixás anualmente reúne milhares de pessoas no Ponto Cem Réis, no centro da capital, local onde habitualmente acontece o espetáculo. Para a edição deste ano, o projeto está realizando uma vaquinha via pix, dinheiro que será destinado para os diversos custos de produção. 

“Precisamos colocar três tendas no local, comprar tecidos e pagar a costureira dos figurinos. O dinheiro também será utilizado para comprar água e lanche, já que muitas pessoas vêm de longe para participar”, diz Nai  Gomes, artista paraibano e idealizador do projeto. “Tem também a questão da logística, frete para poder levar cenário, essas coisas todas”, completa. 

Auto dos Orixás

O Auto dos Orixás transformou-se em uma manifestação histórico-cultural  importante para a capital paraibana, promovendo a valorização e o respeito aos Orixás através do diálogo com a história da cidade, como explica Nai, “O Auto está ligado diretamente ao nascedouro da nossa cidade, que é a terceira capital mais antiga do país, a única que nasceu às margens de um rio [Sanhauá]. A mão de obra que ergueu todo esse patrimônio territorial, cultural e artístico é mão escravizada, tanto indígena quanto negra”, comenta.

“Yaô, Corpo Sagrado”

Todos os anos o espetáculo aborda uma temática diferente. Em 2024, o tema será “Yaô, Corpo Sagrado”, enaltecendo a tradição e a força do Candomblé. “A chamada deste ano promove atenção para o autocuidado, para a relação de confiança entre os zeladores, que são os pais de santo, mãe de santo, os adeptos, filhos de santo, os yaôs”, explica Nai Gomes, que enfatiza que  O espetáculo tem também cunho pedagógico e falará dos cargos que existem dentro do Candomblé. 

“Desejo trazer a atenção das pessoas ao fato de que sem confiança e respeito não há evolução entre as relações humanas e que é fundamental o autocuidado, o autoconhecimento, porque fé sem identidade é fé cega”, finaliza o idealizador.  

Como contribuir?

Chave pix: 308.816.174-15 (CPF) 

Nome: Gilvanete dos Santos Carvalho.

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