Por Patricia Rosa
A última sexta-feira (28) foi um dia de dor e constrangimento para a baiana que trabalha em um receptivo turístico, em Praia do Forte, localidade no município de Mata de São João (BA). Jucione Manuele Costa, de 48 anos, foi obrigada a tirar a roupa para provar que não havia furtado um casal de turistas. A vítima relatou que os suspeitos pediram para tirar uma foto e, na hora de pagar pelo serviço, deram falta da carteira e a acusaram de furto.
Um vídeo gravado pelas câmeras de segurança mostra o exato momento em que a baiana tira a roupa para provar que não cometeu o crime. Durante uma entrevista concedida à TV Bahia, ela explicou que a argentina exigiu que ela tirasse toda a roupa.
Tentativa de suborno
De acordo com o relato da vítima, ao ir prestar queixa na delegacia na delegacia, o marido da suspeita tentou suborná-la com R$ 250, com a intenção de impedir que ela formalizasse o boletim. A tentativa de suborno não terminou aí, um amigo do casal falou com Jucione por telefone tentando impedir que ela prosseguisse. “Isso não tem preço, a minha dignidade não tem preço”, respondeu a baiana ao amigo do casal.
Nas suas redes sociais, Jucione divulgou um vídeo da delegacia, onde relatou o caso.
“Foi horrível, porque eu sou negra e ela começou a gritar para os quatro cantos: ‘Ladrona [sic], pegou minha carteira.’ Depois, ela foi à loja, achou a carteira e disse que a menina da loja teria dito que eu era ladrona[sic] e que todas as baianas de Forte são ladronas.”
Diante do caso, a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam), publicou uma nota, onde pede justiça por Jucione.
“Que casos absurdos como este sejam punidos na forma da lei e que possamos nos unir contra o racismo, difamação e calúnia que assombram nosso trabalho turístico e pontos comerciais. Merecemos respeito e justiça”, diz trecho da nota.
Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), foi lavrado na Delegacia de Proteção Ambiental de Praia do Forte, contra a argentina de 53 anos, por suspeita de calúnia. A Polícia Civil declarou por meio de nota, que a situação foi presenciada por populares e a vítima foi acompanhada por uma testemunha à delegacia. “Oitivas e diligências estão em andamento para elucidar o fato”, declarou a polícia civil.
