Pais e mães de santo do Rio Grande do Sul se unem em apoio a terreiros atingidos pelos temporais na região

A iniciativa começou com um grupo no whatsapp, que atualmente contam com mais de 40 pessoas que se mobilizam em apoio a terreiros de matriz africana de diversas regiões do estado

Da Redação

Tem crescido cada vez mais a corrente solidária em apoio ao Rio Grande do Sul, que enfrenta o pior desastre ambiental já registrado na região. Diversos grupos têm recebido ajudas que vêm de diversas localidades do país, inclusive apoio de dentro do próprio estado, a exemplo do que tem feito um grupo de pais e mães de santo em assistência a terreiros de matriz africana que foram impactados pelas fortes chuvas. 

A mobilização iniciou na região metropolitana de Porto Alegre, através de um grupo de whatsapp criado por ialorixás e babalorixás da cidade de Alvorada. Atualmente, o grupo já conta com mais de 40 pessoas em uma atenção que tem se estendido para outras localidades do estado gaúcho. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, há ao menos 60 mil terreiros de matriz africana no Rio Grande do Sul, e o levantamento de 2019 informou que o estado possui, proporcionalmente, maior número de praticantes de religiões afro entre os estados brasileiros. 

Uma dessas ajudas têm sido realizadas por Mãe Ediandra, uma das fundadoras do grupo, no  Ilê Axé Obá, em Alvorada. Por não ter sido atingido pelas inundações, o local tem sido um importante ponto de colaboração. De acordo com informações do Brasil de Fato, na última semana a  líder religiosa abrigou 13 pessoas e 14 cachorros de outras localidades em seu Ilê. O grupo também tem ajudado outros grupos, independente de religião. 

Além disso, em parceria com o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Amaranto Pereira (Rua Antônio Carlos Jubim, número 1000), também em Alvorada, Mãe Ediandra, Pai Sandjai e Pai Jonas Tavares formaram um ponto de arrecadação de doações de roupas e alimentos. “Nós, das comunidades de matriz africana, não estamos tendo suporte dentro do município com as autoridades. Se hoje temos uma roupa, uma coberta, é por conta dos nossos irmãos de axé e dos moradores da vizinhança”, relatou Ediandra em entrevista ao Brasil de Fato.

Em um levantamento a respeito da situação dos terreiros de axé no Rio Grande do Sul, o Nonada Jornalismo detectou alguns espaços que foram atingidos pelas tempestades e inundações, de acordo com atualização realizada no último dia 11 de maio: Ilê Axé Oyawoyê – São Leopoldo; Terreiro Palmas de Luz – Montenegro; Ilê Nação Oyó  – Cidade Baixa/Porto Alegre; Centro Africano São Miguel Arcanjo – Cidade Baixa/Porto Alegre; Centro Africano Mãe Oxum Pandá  – Sarandi/Porto Alegre; Centro Africano Nosso Senhor dos Passos – Novo Hamburgo; Ilê Africano Xangô e Oyá – Santa Maria; e Centro Africano Pai Alfredo – Cidade Baixa/Porto Alegre. 

Com informações do Brasil de Fato e Nonada Jornalismo

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