Brasil registra mais de 6 mil violações de direitos contra pessoas em situação de rua em 2024

Da Redação

As pessoas em situação de rua no Brasil foram vítimas de pelo menos 6.177 violações apenas entre janeiro e abril de 2024. O número se refere apenas às denúncias registradas pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, através do Disque 100.

No período, as violações mais denunciadas se referem à violência física, a exemplo de exposição de risco à saúde, maus tratos, abandono e agressão física; e psíquica manifestada através de tortura e constrangimento.

O levantamento é do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e revela aumento de 24% nas suspeitas de violência contra esse grupo, em comparação com o primeiro quadrimestre do ano passado, quando a Ouvidoria recebeu denúncias de 4.962 violações. 

Do total de mais de 236 mil pessoas vivendo nas ruas das cidades brasileiras, 62% estão na região Sudeste, 87% são homens, e 68% são negros, segundo um diagnóstico de 2023 realizado pelo Ministério dos Direitos Humanos sobre essa população.

Até esta terça-feira (14), São Paulo é o estado que lidera o ranking nacional, com 2.246 violações, seguido pelo Rio de Janeiro, que soma 804. A Bahia ocupa a quinta posição, com 454 violações, atrás de Minas Gerais (594).

“A pessoa em situação de rua tem diversas vulnerabilidades. Vulnerabilidade mais óbvia, que é a falta de um lar, de um refúgio. Existem também as violações de gênero, as pessoas trans em situação de rua são pessoas extremamente atacadas. Há violações decorrentes de raça, os negros são os maiores alvos de todas essas violações”, explicou à Agência Brasil a advogada Juliana Hashimoto, que trabalha em defesa da população em situação de rua em São Paulo desde 2017.

Robson Mendonça viveu em situação de rua por seis anos, e hoje preside o Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo. À Agência Brasil, o ativista de 78 anos sugeriu três pontos fundamentais no combate à violação às pessoas em situação de rua: um treinamento melhor à polícia; um abrigo onde a população de rua fosse recebida com dignidade; e banheiros públicos e alojamento para essa população ter onde dormir dignamente.

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