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Cabo é assassinada por soldado dentro do quartel no Distrito Federal

Maria de Lourdes, de 25 anos, foi esfaqueada no pescoço antes de ter o corpo incendiado dentro do Setor Militar Urbano (SMU) em Brasília (DF)
Imagem: Reprodução

Por Késsia Carolaine

Na última sexta-feira (5), a cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, foi brutalmente assassinada pelo soldado Kelvin Barros da Silva, de 21 anos dentro do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCGd), unidade que integra o Setor Militar Urbano (SMU) no Distrito Federal.

O autor do crime era da mesma unidade da vítima. Ele foi preso em flagrante no dia seguinte pela 2ª Delegacia. Em seu depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), ele confessou ter golpeado Maria de Lourdes no pescoço e, em seguida, ateou fogo no local para tentar encobrir o crime.

O Corpo de Bombeiros, acionado para controlar o incêndio na área da banda do quartel, encontrou o corpo da cabo já carbonizado. Maria de Lourdes, além de militar, era saxofonista da Fanfarra do 1º RCG e sonhava com a carreira musical.

Apesar de Kelvin Barros ter alegado um relacionamento com a vítima e que o crime foi motivado por uma discussão, familiares e amigos de Maria de Lourdes negam veementemente o envolvimento amoroso. O soldado chegou a apresentar versões incompatíveis à polícia, primeiro negando a participação, depois alegando que a vítima teria sacado a própria arma. 

A Vara de Execuções Penais converteu a prisão em flagrante do soldado para preventiva, mantendo-o detido por tempo indeterminado no Batalhão de Polícia do Exército em Brasília. Kelvin Barros da Silva responderá na Justiça pelos crimes de feminicídio, furto de arma de fogo, incêndio e fraude processual, podendo ser condenado a uma pena que pode chegar a 44 anos de prisão.

O Exército Brasileiro confirmou que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) e que Kelvin Barros será excluído das fileiras da Força e responsabilizado rigorosamente pelos atos cometidos, reiterando o total apoio à família da cabo Maria de Lourdes.

Panorama Nacional da Violência Contra Mulheres

O caso é mais um retrato do grave quadro do feminicídio no Brasil: um crime cotidiano, que atinge mulheres todos os dias. Dados do Ministério das Mulheres divulgados pela Agência Brasil apontam que, em 2025, o Brasil já registrou mais de 1.180 feminicídios,o que equivale a uma média de cerca de três feminicídios por dia. Além de quase 3 mil atendimentos diários pelo Ligue 180.

No ano anterior, o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam) registrou 1.450 feminicídios no país e 2.485 homicídios dolosos e lesões corporais seguidas de morte.

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