Casal trans é agredido por cinco homens ao sair de bar em Cabo Frio, no Rio de Janeiro

Além de serem vítimas de transfobia por parte dos agressores, Ariela Nascimento e Bruno Henrique enfrentaram o descaso e a violência por parte da equipe hospitalar

Por Karla Souza

Na madrugada do último domingo (05), a professora Ariela Nascimento e seu namorado, Bruno Henrique, ambas pessoas trans, sofreram transfobia na comunidade da Região dos Lagos, em um bar no bairro Manoel Corrêa, Cabo Frio, no Rio de Janeiro. O casal foi brutalmente agredido a chutes, golpes de madeira e verbalmente.

Ariela, que atua como coordenadora política da vereadora de Niterói Benny Briolly (PSOL), e seu companheiro, foram confrontados com insultos e assédio por parte de um indivíduo no estabelecimento. A situação se agravou quando, ao deixarem o local, foram atacados por um grupo de cinco homens, resultando em ferimentos graves para o casal. 

Em sua denúncia nas redes sociais, Ariela compartilhou a dor e a indignação causadas pelas agressões, destacando a violência gratuita infligida a eles simplesmente por serem pessoas trans. “Eu simplesmente não tenho palavras para descrever toda a dor que sinto e o trauma que foi vivenciar, meu corpo todo está com marcas profundas, meu rosto não é mais o mesmo e tô com medo do que pode acontecer com os golpes que eu tomei que chegaram a acertar meu silicone industrial que tenho nos seios.”

Ao buscar por ajuda e apoio após o ataque, as vítimas sofreram transfobia novamente, dessa vez por parte da equipe hospitalar. Ao procurarem assistência médica, profissionais da saúde se recusaram a fornecer as informações necessárias para que pudessem registrar uma queixa formal sobre o episódio. Também foram alvos de agressão física por parte de um segurança do hospital.

Diante desses acontecimentos, a Prefeitura de Cabo Frio informou por nota que as vítimas foram encaminhadas para receber atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Parque Burle e posteriormente levadas ao Hospital Central de Emergência (HCE) em ação conjunta com a Superintendência de Políticas Públicas LGBTI+ e o Centro de Cidadania LGBT da Baixada Litorânea.

O caso foi oficialmente registrado na 126ª Delegacia de Polícia (Cabo Frio). A Polícia Civil afirmou que as investigações estão em curso para identificar os responsáveis pelas agressões e elucidar todos os detalhes do ocorrido.

Ariela agora enfrenta uma batalha adicional para garantir seu tratamento e recuperação. Ela lançou um apelo público, solicitando ajuda financeira através do PIX (arielnascimento@id.uff.br) para custear as medicações necessárias durante o período de repouso.

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