Por Karla Souza
Um episódio ocorrido ao vivo na Rádio Metrópole no último 1º de abril desencadeou uma onda de novas denúncias contra o jornalista Silvio Batalha. Durante o programa “Bem na Hora”, apresentado por James Martins, uma ouvinte anônima fez um relato de abuso sexual envolvendo o convidado do dia. A mulher afirmou ter sido violentada por Batalha na infância e relatou que, décadas depois, ainda sofre os efeitos do trauma.
Ao relatar o episódio, a ouvinte disse estar em meio a uma crise de ansiedade, precisando estacionar o carro antes de realizar a ligação. “A criança que fui nunca esqueceu isso”, declarou. Sem interrupções, ela ainda mencionou o desejo de que houvesse uma câmera de segurança no prédio onde o abuso teria ocorrido. Diante da denúncia, o apresentador afirmou desconhecer a história.
No dia seguinte, em editorial transmitido no “Jornal da Metrópole no Ar”, Mário Kertész revelou que a repercussão da denúncia levou ao surgimento de pelo menos dois novos relatos contra Batalha. Segundo Kertész, uma das vítimas seria médica e ambas afirmaram ter sofrido abuso sexual na juventude. “Nós não vamos identificar, ainda, ninguém”, disse ele.
Em nota, Silvio Batalha se defendeu das acusações. Classificou a denúncia como “leviana e mendaz” e questionou os motivos por trás da exposição pública. Afirmou ainda que o relato “não condiz de forma alguma com a sua personalidade”. A linguagem usada pelo jornalista para desqualificar a denúncia remete a uma estrutura de defesa comum em casos semelhantes, que tenta desacreditar vítimas e proteger reputações masculinas ligadas ao prestígio e ao poder midiático.
Ainda segundo Mário Kertész, a emissora segue apurando o caso e avaliando seus desdobramentos. O apresentador também revelou ter ficado abalado emocionalmente após conversar com a mulher que fez a primeira denúncia.
