Da escola de samba a Hollywood: Paulinho Da Costa é o 1º brasileiro vivo a ganhar estrela na Calçada da Fama

Entenda como o músico carioca ganhou destaque internacional 
Imagem: Afirmativa

Por Luana Miranda

Quem teve as tardes embaladas ao som de “The Time Of My Life” enquanto assistia o clássico filme de romance “Dirty Dance”, talvez não pudesse imaginar que aquela música contagiante continha um toque abrasileirado. Não que a música brasileira não fosse digna de tamanho sucesso, porque é. Mas, talvez por não imaginar que algo tão particularmente hollywoodiano pudesse ter um quê de tropical. Isso se deve à participação de Paulinho Da Costa, 78 anos, como percussionista na gravação da trilha sonora do filme. E não para por aí, o músico deixou sua marca no mainstream colaborando com muitos artistas estadunidenses de sucesso mundial, ao exemplo de Michael Jackson, Whitney Houston, Quincy Jones, Madonna… a lista é grande. 

A contribuição em tantas obras de sucesso garantiram ao artista muito mais que um reconhecimento internacional, o fez, literalmente, ganhar uma estrela na Calçada da Fama. No dia 2 deste mês, a  Câmara de Comércio de Hollywood divulgou a lista com celebridades que receberão suas estrelas em 2026. Ao todo, 35 artistas foram selecionados. Na lista repleta de nomes estrangeiros reconhecidos de capas de revistas e sites de fofoca, um bem brasilieiro salta aos olhos. O nome artístico Paulinho da Costa, chama atenção pelo diminutivo tipicamente adotado no Brasil. Um afago aos corações verdadeiramente patriotas, que gostam de ver o país soberano em seu território, seja na cultura ou mesmo em taxas alfandegárias. 

Paulinho Da Costa é o segundo artista brasileiro a receber a homenagem da Calçada da Fama. Carmen Miranda foi a primeira, a portuguesa nacionalizada brasileira recebeu a estrela em 1960, em uma consagração póstuma. Homem negro, nascido em 31 de maio de 1947, Paulo Roberto da Costa – nome de registro do artista – é  do bairro de Irajá, Zona Norte do Rio de Janeiro. Desde os cinco anos apresentou aptidão para instrumentos percussivos, em especial, o pandeiro. Participou da ala jovem da bateria da Escola de Samba Portela e ainda na adolescência conheceu o mundo através da música.

Imagem: Reprodução Redes Sociais

Nos anos 70, Paulinho conheceu a Califórnia com Sérgio Mendes e retornou para residir nos Estados Unidos um ano após a sua primeira visita, onde construiu a longa carreira. Segundo o site oficial do artista, o músico teve seu nome registrado em 2 mil fichas técnicas de discos, muitos deles de extremo sucesso como o “Thriller”, o álbum mais vendido do mundo de acordo com Guinness World Records. Participou ainda da produção de muitas trilhas sonoras de filmes que marcaram os anos 80, ao exemplo do musical “A Cor Púrpura”.

Além de colaborar com outros artistas, Paulinho lançou quatro álbuns solos de música instrumental: “Agora”, “Happy People”, “Sunrise”  e  “Breakdown”. Alguns desses já estão disponíveis em plataformas digitais. Com uma história digna de filme, Paulinho terá seu próprio documentário. Segundo a Revista Rolling Stone, durante a Semana Internacional de Música em São Paulo (SIM SP), em fevereiro deste ano, o artista e o diretor Oscar Rodrigues Alves falaram sobre o filme,  que tem o objetivo de contar a trajetória do músico carioca.

Em tempos de taxações excessivas, genocídios e apoio ao ex-presidente golpista, ter uma estrela brasileira piscando em Hollywood é um belo jeito de ganhar fora de casa. Paulinho Da Costa está aí para nos mostrar como a cultura do Brasil está impressa mundo afora. A vida continua prestando, apesar de Trump!

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