Deputados estadunidenses defendem extradição de Bolsonaro dos EUA após atos terroristas em Brasília

Desde o dia 30 de dezembro, enquanto ainda exercia oficialmente seu mandato de presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) embarcou para os Estados Unidos no avião da FAB (Força Aérea Brasileira de Brasília), onde permanece, hoje em Orlando, na Flórida.

De acordo com colunista, plano de Bolsonaro é fugir para Itália; Mais de 400 pessoas foram detidas na invasão

Por Andressa Franco

Imagem: Folhapress / Thiago Amâncio

Desde o dia 30 de dezembro, enquanto ainda exercia oficialmente seu mandato de presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) embarcou para os Estados Unidos no avião da FAB (Força Aérea Brasileira de Brasília), onde permanece, hoje em Orlando, na Flórida. Não tendo, assim, cumprido o rito de passar a faixa presencial para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No entanto, depois dos ataques terroristas ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) por bolsonaristas que desembarcaram em Brasília no último domingo (8), congressistas norte-americanos têm defendido a extradição do ex-presidente dos EUA. Para os políticos, Bolsonaro é um dos responsáveis pelos ataques dos extremistas.

No Twitter, ele afirmou que “manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra.”

O deputado democrata Joaquin Castro foi um dos que pediu a extradição de Bolsonaro para o Brasil, afirmando que ele não deve receber refúgio na Flórida, “onde está se escondendo da responsabilidade de seus crimes. Me posiciono junto a Lula e ao governo democraticamente eleito do Brasil. Terroristas domésticos e fascistas não podem usar o roteiro de Trump para enfraquecer a democracia”.

Alexandria Ocasio-Cortez, deputada democrata por Nova York, foi às redes sociais prestar solidariedade ao Brasil. A parlamentar escreveu que “os EUA devem parar de conceder refúgio a Bolsonaro na Flórida”.

“Quase dois anos depois que o Capitólio dos EUA foi atacado por fascistas, vemos movimentos fascistas no exterior tentando fazer o mesmo no Brasil. Devemos ser solidários com o governo democraticamente eleito de Lula”, publicou.

Também na ala dos democratas, a deputada Anna Eskamani, eleita pela Flórida, questionou o governador de seu estado. “Ron de Santis, por que você está dando refúgio para Jair Bolsonaro na Flórida? É porque você apoia os regimes fascistas de extrema direita que invadem capitólios?”

Representante democrata da Califórnia, o deputado Mark Takano, disse que os EUA e as pessoas democráticas em todo os lugares devem apoiar os resultados da eleição brasileira.

“A violência antidemocrática no Brasil hoje é um lembrete preocupante dos perigosos movimentos fascistas que crescem em todo o mundo. Jair Bolsonaro não deveria ter permissão para se refugiar nos EUA.”

Já Ilhan Omar, deputada por Minnesota, prestou solidariedade a Lula e aos brasileiros. “As democracias de todo o mundo devem permanecer unidas para condenar este ataque à democracia. Bolsonaro não deveria se refugiar na Flórida.”

Fuga para Itália

Segundo informações de Leandro Mazzini, da Coluna Esplanada, Bolsonaro não quer voltar ao Brasil, e a ida para Flórida seria “apenas parte de um plano de proteção contra eventual prisão”.

O colunista publicou que o ex-presidente, a esposa e a filha caçula solicitaram celeridade à Embaixada da Itália em Brasília para a emissão da cidadania italiana. Isso, porque o adversário de Lula acredita ser uma questão de tempo, até os processos aos quais responde caiam para a 1ª instância, e ele se torne de um mandado de prisão.

Como a Itália não tem tratado de extradição, a esperança do ex-presidente seria conseguir a cidadania Italiana e embarcar para o país europeu antes disso.

Em novembro do ano passado, os filhos Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro também solicitaram a cidadania, e seguem com os pedidos em aberto.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, foi eleita em setembro, considerada a primeira liderança pós-fascista a governar o país desde 1945. Ainda assim, ela criticou as ações de vandalismo realizadas pelos apoiadores do ex-presidente brasileiro.

“O que está acontecendo no Brasil não pode nos deixar indiferentes. As imagens da irrupção nos gabinetes institucionais são inaceitáveis e incompatíveis com qualquer forma de dissidência democrática. O retorno à normalidade é urgente e nos solidarizamos com as instituições brasileiras.”

A invasão foi recebida com omissão

Conversas em grupos bolsonaristas em aplicativos de mensagem indicam que a invasão e depredação ocorrida contra a estrutura dos prédios públicos em Brasília, bem como móveis e obras de arte em seu interior, vinha sendo planejado há semanas.

Ainda no sábado (7), o Ministro da Justiça Flávio Dino publicou em suas redes sociais que já havia transmitido orientações para lidar com o movimento. “Sobre uma suposta “guerra” que impatriotas dizem querer fazer em Brasília, já transmiti as orientações cabíveis à PF e PRF. E conversei com o governador Ibaneis e o ministro Múcio.”

No entanto, a Polícia Militar do Distrito Federal mantinha poucos agentes no local e não freou os terroristas. Em diversos vídeos é possível observá-los escoltando os vândalos para a Praça dos Três Poderes, tirando fotos durante a destruição, conversando com os criminosos, e até tomando água de coco.

Horas depois, Lula assinou decreto autorizando intervenção federal para assumir a segurança do DF, e o governo pediu a prisão do bolsonarista Anderson Torres, que respondia pela segurança em Brasília. Foram mais de 400 pessoas detidas. 

Na noite de domingo, o Ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, afastou Ibaneis Rocha (MDB), governador do DF, do cargo.

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