Entidades da comunidade LGBTI+ denunciam pastor Edir Macedo por discurso LGBTfóbico em rede nacional

A Aliança Nacional LGBTI+ e a Abrafh (Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas) protocolaram uma Ação Cívil Pública,  contra o bispo Edir Macedo

 As entidades pedem R$ 10 milhões de reais de indenização para reparação de danos morais

Por Patrícia Rosa

Imagem: Reprodução TV/Record

A Aliança Nacional LGBTI+ e a Abrafh (Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas) protocolaram uma Ação Cívil Pública,  contra o bispo Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus e da Rede Record, por falas LGBTfóbicas. O motivo  da denúncia foi um pronunciamento feito na véspera de Natal, na TV Record.  

No discurso o Bispo da Igreja Universal comparou a população LGBTQIA+ com bandidos, ladrões e pessoas más:

“Você não nasceu mau. Ninguém nasce mau. Ninguém nasce ladrão, ninguém nasce bandido, homossexual ou lésbica. Ninguém nasce mau, todo mundo nasce perfeito com a sua inocência, porém, o mundo faz das pessoas aquilo que elas são quando elas aderem ao mundo.”

As entidades pedem o valor indenizatório de R$10 milhões de reais para  reparação pelos danos morais coletivos. “Comparar homossexualidade a ser bandido é um discurso de  ódio e não podemos tolerar isso. Que Macedo responda na forma da lei”, declarou Toni Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI+.

A Universal divulgou uma  nota no site da igreja:

“O contexto era de que ninguém nasce destinado a fazer ou ser algo, mas pode fazer suas escolhas e mudar de vida, ainda que, ao longo dela, tenha escolhido o que lhe trouxe sofrimento.vComo o Carlos, que entrou no mundo do crime por escolhas erradas, movido pelo abandono, desprezo e miséria que sofreu desde a infância. Uma mensagem de esperança, que mostra a transformação que ninguém mais é capaz de fazer. Essa é a mensagem da Bíblia, perfeitamente adequada a uma mensagem de Natal. Discurso que contraria a narrativa dos contaminados pelas ideologias deste mundo.”

Discurso de ódio contra a comunidade LGBTQIA+ é considerado crime, atrelado a Lei do Racismo (7.716/89). De acordo com dados emitidos pelos estados brasileiros e o Distrito Federal, concedidos ao Jornal Hoje, foi registrado aumento nas denúncias nos casos de LGBTfobia, desde que o Supremo Tribunal Federal equiparou o crime a racismo. De acordo com os dados, em um ano, entre junho de 2019 e junho de 2020 foram  registrados 161 casos. No mesmo período entre 2020 e 2021, foram registrados 135 casos, e no  terceiro período do levantamento, entre 2021 e 2022, foram 600 denúncias.

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