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Espetáculo “Akoko Lati Wa Ni – Tempo de Ser” inicia nova temporada em Feira de Santana (BA)

Peça discute o direito à vida e à longevidade da juventude negra em meio à violência do racismo.
Imagem: Gabriel Lima

Texto: Divulgação

A partir desta sexta-feira (11), Feira de Santana (BA) recebe a nova temporada do espetáculo “Akoko Lati Wa Ni – Tempo de Ser”, da Cia ÚNICA de Teatro, no Centro de Cultura Amélio Amorim. As apresentações ocorrerão até o dia 20 de julho, com sessões às sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro e na plataforma Sympla.

Com direção e dramaturgia de Onisajé, o espetáculo estreou em 2024 e aborda a relação do tempo com a existência da juventude negra, explorando como esse tempo pode ser um aliado ou um obstáculo. A narrativa acompanha Dofona, Dofonitinho e Famo, três jovens estudantes de teatro e iniciados no Candomblé, que buscam respostas sobre como viver e envelhecerem um país onde o racismo ameaça suas trajetórias de vida.

No enredo, os personagens recorrem ao seu terreiro de Candomblé para pedir à yalorixá que consulte Iroko, o Orixá do tempo.

“Como eles jovens negros, que são alvo de um genocídio estrutural e sistêmico, podem desviar das balas do racismo e envelhecer? E na luta para envelhecer como se temTempo para ser e não apenas para ter?”, questiona a sinopse.

A partir dessa busca espiritual, a peça propõe uma reflexão sobre como a pressão por produtividade, aliada à desigualdade racial, impacta diretamente a vida e os sonhos da juventude negra.

A montagem utiliza teatro, música, dança e poesia para narrar o encontro dos protagonistas com Iroko e suas descobertas. O espetáculo propõe uma leitura ampliada do tempo, que ultrapassa o cronológico e se aproxima do tempo ancestral e espiritual, muitas vezes negado socialmente à população negra.

A atriz Júlia Lorrana, intérprete da personagem Dofona, conta que o processo criativo também promoveu transformações pessoais. “Vivenciar o processo desse espetáculo, onde o meu tempo também foi posto à prova, foi transformador. Sempre que me sinto acelerada, retorno ao texto, trago meu olhar para dentro de mim e me concentro nessa energia.”

A montagem destaca a ancestralidade e espiritualidade como pilares fundamentais para compreender a trajetória da população negra no Brasil. A obra estabelece um diálogo com o presente e convida o público a repensar a noção de tempo a partir de outras referências culturais.

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