Texto: Divulgação
No Teatro Poeira, no Rio de Janeiro, Jonathan preenche o palco com corpos, memórias e vozes que insistem em existir. Escrita e interpretada por Rafael Souza-Ribeiro, com direção de Dulce Penna, a montagem atravessa o tempo ao unir a história real da tartaruga mais velha do mundo e a vida de um jovem negro de 17 anos. Em cena, o ato de proteger uma vida e guardar uma história se transforma em um gesto político de resistência e continuidade.
Com temporada em cartaz até 22 de outubro, a peça tem sessões às terças e quartas, sempre às 20h. Os ingressos custam R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia), e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou pela plataforma Sympla. A apresentação tem duração de 75 minutos e classificação indicativa para maiores de 12 anos.
Indicada ao Prêmio Shell de Teatro nas categorias Dramaturgia e Direção, a peça retorna à zona sul do Rio, em Botafogo, após circular pelo estado, objetivando reafirmar o teatro como espaço de invenção e denúncia. Misturando autoficção, humor e poesia, a dramaturgia apresenta um rito de passagem em que o menino herda do avô o ofício de cuidar de um animal centenário e, com ele, um legado de memórias e silêncios. “Jonathan é uma peça sobre o que permanece e o que precisa mudar, e sobre como um corpo em movimento pode conter um mundo inteiro”, afirma Souza-Ribeiro.
Para a crítica Daniele Ávila Small, Jonathan é “reescritura da História, poema épico anticolonial orgulhosamente corporalizado no rés do chão do teatro, narrado de cor, descalço e em pé, com um sotaque carioca característico de uma juventude periférica que trama sua linguagem na rua e nas redes”. O olhar da crítica reflete o lugar político do espetáculo, que transforma o palco em território de fala e escuta.
