Família busca apoio para levar corpo de estudante da Universidade Federal da Bahia à Guiné-Bissau

Sem recursos para o traslado, família tenta arrecadar R$ 55 mil para enterrar Delcio Fernandes em sua terra natal
Imagem: Reprodução

Por Karla Souza*

A morte do estudante Delcio João Lopes Fernandes, no último 19 de junho, interrompeu um projeto de vida dedicado ao fortalecimento institucional da Guiné-Bissau. Advogado de formação, Delcio cursava mestrado no Programa de Pós-Graduação em Direito  na Universidade Federal da Bahia (PPGD/UFBA) e estava internado há mais de 40 dias no Hospital Geral do Estado Roberto Santos, em Salvador (BA), devido a complicações de uma hepatite. Desde o falecimento, a família organiza uma vaquinha para viabilizar o traslado do corpo e a ida de um acompanhante ao país africano. A meta é arrecadar R$ 55 mil até esta quinta-feira (10). No entanto, até então foi atingida a marca de R$15 mil.

A Pastoral do Migrante, ligada à Arquidiocese de Salvador, acompanhou sua estadia na capital baiana. “Ele era uma pessoa muito alegre, sonhava em ser Ministro da Justiça na Guiné-Bissau. Era uma pessoa que tinha muita vontade de concluir os estudos no país e ajudar lá. Ele veio pro Brasil, se formou em Direito e voltou para Guiné-Bissau, onde trabalhou como professor, aí a UFBA chamou para o Mestrado e ele voltou para o Brasil”, disse Márcia Mata, coordenadora arquidiocesana da Pastoral dos Migrantes, ao Jornal Correio.

A mobilização da família, amigos e da comunidade guineense revela não apenas a dor diante da perda, mas também os limites enfrentados por estudantes internacionais em situação de vulnerabilidade. Os custos com o translado do corpo e passagens aéreas impossibilitam o sepultamento de Delcio em sua terra natal, ao lado da família. A vaquinha virtual foi a alternativa encontrada para viabilizar o processo de repatriação e prestar-lhe as últimas homenagens com dignidade.

Na nota de pesar divulgada pela UFBA, a instituição agradeceu o acolhimento da comunidade guineense e o empenho da equipe de saúde do Hospital Roberto Santos. A universidade também expressou solidariedade à família e reforçou os vínculos com os estudantes africanos. 

*Com informações do Jornal Correio

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