Texto: Divulgação
Em 2025, a banda Geração Mangue segue ativa no circuito cultural do Recife com a realização de shows, entrevistas e exibições do documentário “Geração Mangue – O Doc”. Lançado no ano anterior, o filme percorre diferentes espaços culturais e televisivos e marca um novo ciclo para o grupo, que também prepara o lançamento de um novo álbum ainda este ano.
Segundo o vocalista Segundinho Spider, o documentário sintetiza a trajetória de quase três décadas da banda e amplia a visibilidade da cultura local. “É a concretização da encantadora história de resistência cultural da Geração Mangue contada de forma resumida e bem definida”, afirma. Ele destaca ainda o impacto social da produção: “Tem como fundamento a questão da autoestima dos jovens das periferias de todo o Brasil, servindo de referência para muitas crianças, jovens e adultos de classes menos favorecidas.”
Com uma sonoridade própria, a Geração Mangue consolidou o estilo chamado Rockmangue, que funde maracatu, coco e outros ritmos da cultura popular pernambucana com rock, funk americano, hip hop e groove.
“Montamos nosso próprio conceito musical atrelado ao que rolava na época, agregando ritmos que gostamos como funk, blues, e rock, com uma pegada futurista e autoral”, explica Segundinho. O grupo surgiu em meio à efervescência provocada pelo Manguebeat. “Chico Science, como seu provedor, trouxe um modo de pensar moderno e acima do seu tempo. O Manguebeat surgiu na hora certa, com as pessoas certas, e revolucionou o cenário musical brasileiro”, completa.
Idealizado por Chico Science e outros artistas, este movimento valorizava a identidade cultural nordestina em diálogo com a modernidade urbana. A banda Geração Mangue é remanescente direta desse movimento, mantendo viva a proposta de dialogar com as raízes culturais da cidade enquanto se conecta com sonoridades contemporâneas. O estilo musical, criado em 1991, propôs uma renovação cultural em Pernambuco ao unir elementos da cultura local com influências globais.
Desde 1996, o grupo constrói trajetória marcada por resistência cultural
Fundada em 23 de março de 1996, na Zona Norte do Recife, a Geração Mangue começou sua caminhada musical com a fita demo “O Silêncio Me Incomoda”, lançada em 1997. Dois anos depois, a banda passou a dividir palcos com nomes conhecidos da cena nacional. A partir daí, consolidou sua presença em eventos culturais da região. Em 2010, gravaram um CD de estúdio ao vivo para divulgação, e em 2018 lançaram o EP “Atitude”, integrando também a coletânea “Cena Recife”, ao lado de outras bandas locais.
Em 2019, a banda lançou o álbum “Guerreiro” pelo selo Starfleetmusic®, com boa recepção do público e veiculação em rádios locais e web rádios de diferentes regiões do país. No ano seguinte, mesmo diante das limitações da pandemia, o grupo manteve a conexão com o público por meio de lives e ensaios transmitidos pelas redes sociais. Ainda em 2021, iniciou a gravação do documentário que seria lançado dois anos depois.
Nos anos seguintes, a banda seguiu com participações em eventos culturais e festivais. Em 2022, se apresentou na sexta edição da Feira Nordestina do Livro (Fenelivro), no Recife Antigo. Em 2023, marcou presença no Roncador Rock Festival, em Lençóis (BA), como representante de Pernambuco. No mesmo ano, foi lançado o documentário “Geração Mangue – O Doc”, que circulou por festivais e foi exibido na TV Universitária. Ainda em 2023, a banda lançou o single “A Corda”, que aborda o tema da dependência química a partir de uma perspectiva crítica e social.
O ano de 2024 marcou o retorno da Geração Mangue ao Carnaval, com participação no festival Quarta Cinzas Rock. Em março, lançaram o single “A Corda”, reafirmando o compromisso com temas sociais e urbanos.
