Ialorixá denuncia situação de racismo religioso em salão de beleza em Salvador 

Mãe Iara registrou a queixa na 12ª Delegacia Territorial, em Itapuã. A religiosa prestou depoimento nesta segunda-feira(27)

Por Patricia Rosa

A Ialorixá Mãe Iara D’Oxum, de 57 anos, denunciou uma situação de racismo religioso que sofreu no Salão Master, no Salvador Norte Shopping, localizado no bairro do São Cristóvão, em Salvador (BA. O caso aconteceu na última sexta-feira (24). A vítima relatou em vídeo que a funcionária do salão recusou executar o serviço de manicure nela.

“Aos 57 anos, eu, uma mãe de família, ainda tenho que me prestar a esse papel na delegacia, contra pessoas. No Shopping Norte, eu fui fazer a unha e ela disse: ‘eu que não antendo esse povo’. Por que eu estou de branco? Sexta-feira?”, relatou Mãe Iara.

Mãe Iara registrou a queixa na 12ª Delegacia Territorial, em Itapuã e prestou depoimento nesta segunda-feira (27). 

“É um caso de racismo religioso, vamos para cima, não vamos deixar passar impune, vamos lutar até o fim para que nenhum direito dela seja violado”, afirmou o advogado Felipe Araújo.

Em outro vídeo, a sacerdotisa apareceu visivelmente abalada com a situação vivenciada. Ela desabafa que não conseguia dormir e, quando fechava os olhos, só se recordava da situação de exposição.

“Eu me senti pequenininha, muito humilhada, todo mundo me olhando como se eu tivesse cometido um crime”, declarou a Ialorixá.

A manicure, que não quis se identificar, negou a denúncia ao Portal G1. Ela alegou que perguntou na recepção onde estava a próxima cliente, que seria Mãe Iara, e a mesma não estava no salão.  

Conforme o relato, quanto a cliente retornou ao estabelecimento e percebeu que não seria atendida, afirmou que iria gravar um vídeo.

No último sábado (25), a sacerdotisa e outros manifestantes de religiões de matriz africana realizaram um ato contra o racismo religioso em frente ao salão de beleza. O Norte Shopping se manifestou por meio de nota, afirmando que não compactua com nenhum tipo de preconceito e que atuou para que ato religioso ocorresse de forma pacífica e que fosse respeitado.

A Revista Afirmativa entrou em contato com o Salão Master e até a publicação desta matéria não houve retorno.

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