Por Luana Miranda
Uma jovem indígena de 18 anos, identificada como Harenaki Javaé, foi estuprada e brutalmente assassinada. O crime, investigado como feminicídio, ocorreu no último sábado (6), na Aldeia Canauanã, em Formoso do Araguaia (TO). Segundo informações divulgadas por lideranças indígenas, o corpo da jovem foi encontrado parcialmente carbonizado.
O crime ocorreu próximo a um festejo que acontecia na região, a Polícia Militar foi acionada e o corpo da vítima foi identificado. Os policiais informaram ao portal G1 que apesar do grande número de pessoas presentes na região, não havia testemunhas do crime. Harenaki era moradora da Aldeia São João, vizinha da região onde o crime ocorreu.
Em publicação no Instagram, o perfil da Mídia Indígena Oficial informou que além de ter os olhos perfurados e a língua cortada, o corpo apresentava indícios da vítima ter sido queimada viva. O crime bárbaro é mais um sinal alarmante da realidade das mulheres indígenas, que sofrem com a exclusão social, o desamparo do Estado e a violência de gênero. Ainda segundo o postagem, a mãe de Harenaki também foi uma vítima de feminicídio, há um ano.
O diretor do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos do Ministério dos Povos Indígenas, Avanilson Karaja, que participava de um encontro de indígenas na região, acionou a Secretaria de Segurança Pública do Estado para uma maior investigação e visibilidade do crime.
Em nota oficial, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) se solidarizou com familiares, amigos e indígenas da região pela perda de Harenaki Javaé e reiterou o compromisso com a proteção e promoção dos direitos das mulheres e meninas indígenas. Além da Funai, a Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (Arpit) e outras instituições emitiram nota de pesar e solicitaram uma maior investigação para o caso.
