Mais de 1 ano após morte de Miguel, Sari Corte Real presta depoimento e tenta culpabilizar a criança pela morte

Com uso de  estratégia de responsabilização do garoto Miguel Otávio, de 5 anos, por sua morte, Sarí Corte Real prestou depoimento pela primeira vez nesta quarta-feira (15). A denunciada por abandono de incapaz, participou de uma audiência de instrução, no Centro Integrado da Criança e do Adolescente (CICA), em Recife(PE)

A defesa da acusada tenta enquadrar o caso como acidente 

Por Patrícia Rosa

Imagem: Reprodução Fantástico

Com uso de  estratégia de responsabilização do garoto Miguel Otávio, de 5 anos, por sua morte, Sarí Corte Real prestou depoimento pela primeira vez nesta quarta-feira (15). A denunciada por abandono de incapaz, participou de uma audiência de instrução, no Centro Integrado da Criança e do Adolescente (CICA), em Recife(PE).

De acordo com informações de Rodrigo Almendra, advogado de Mirtes Renata, mãe do garoto e ex-funcionária doméstica  de Sarí,  a ré teria alegado que tentou conversar com Miguel para que saísse do elevador, e que teria deixado o menino sozinho para voltar ao apartamento e cuidar da filha. 

O advogado de defesa, Célio Avelino, afirmou que o período em que a acusada tentou convencer o garoto, revela o cuidado que ela teve com a vítima: “No próprio corpo da acusação diz que Sarí tentou por cinco minutos convencer a criança a sair do elevador e voltar para o apartamento”.

Mirtes acompanhou o depoimento da ex-patroa e depois deu uma entrevista coletiva no GAJOP-Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares. Ela mostrou sua indignação na tentativa de  culpabilização do seu filho.

 “A estratégia de defesa quer de uma forma tirar a culpa dela (Sarí) e ainda colocar em mim, questionando a minha educação, a educação que eu dava ao meu filho, que minha mãe dava. Eles falam de uma forma como se eu fosse a pior mãe do mundo. Se eu fosse a pior mãe do mundo não estaria aqui lutando para que ela seja responsabilizada pela morte do meu filho”, afirmou Mirtes.

Outra testemunha que a defesa tentou usar no processo foi um psicólogo, que teria atendido o garoto. A tática foi criticada, e o testemunho suspenso.

Durante a coletiva de imprensa, Mirtes  rebateu a afirmação. De acordo com a mãe, o profissional que fazia acompanhamento de Miguel  durante a separação dos pais, não era o que foi chamado a depor. 

Enquanto a audiência acontecia, familiares, entre eles o pai do garoto e a avó de Miguel,manifestantes e representantes de movimentos sociais protestavam em frente ao local da audiência, com pedidos de justiça e mais agilidade na concretização do caso. A ré saiu do local sem falar com a imprensa.

O Caso

No dia 2 junho de 2020, Miguel de  5 anos, morreu após cair do 9º andar do prédio onde a sua mãe era trabalhadora doméstica. Ele ficou sob os cuidados e responsabilidade de Sarí, enquanto sua mãe, que era funcionária da casa,  passeava com os cachorros da família

Sarí Corte Real, até  chegou a ser detida em flagrante pelo crime, mas foi solta após o pagamento da fiança. O processo segue para fase final, mas ainda não há previsão de quando o caso será concluído, de acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco.

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