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Metade das mortes em residências ocorreu durante ações policiais em Salvador e região metropolitana

Relatório do Instituto Fogo Cruzado revela que julho registrou 133 tiroteios e aumento no número de vítimas da violência armada
Imagem: Agência Brasil

Texto: Divulgação

Salvador e a Região Metropolitana contabilizaram 133 tiroteios em julho, que resultaram em 101 mortos e 30 feridos, segundo o sétimo relatório mensal do Instituto Fogo Cruzado. O levantamento identificou que dez pessoas foram mortas dentro de suas casas, em seis municípios, sendo metade dessas mortes durante ações ou operações policiais. A capital concentrou 93 tiroteios, seguida por Camaçari, com 11, e Dias D’Ávila, com nove.

Do total de ocorrências, 63 tiroteios (47%) aconteceram em ações e operações policiais, seis durante disputas entre grupos armados e 10 em perseguições. A violência também se manifestou em outros espaços: três pessoas foram baleadas em bares, seis em eventos, oito dentro de automóveis e três em transporte público. Entre as vítimas, 59 eram pessoas negras, quatro brancas e 68 sem identificação de raça ou cor.

O levantamento mostra que, entre os mortos, 94 eram homens e sete eram mulheres. Entre os feridos, 21 eram homens, sete mulheres cis, uma mulher trans e travesti, e uma pessoa sem gênero identificado. Cinco adolescentes foram mortos e um ferido, enquanto 96 adultos perderam a vida e 29 ficaram feridos. Dois mototaxistas e um vendedor ambulante estão entre as vítimas fatais, e dois agentes de segurança e uma liderança religiosa foram feridos.

Os bairros mais afetados foram Portão, em Lauro de Freitas, com quatro tiroteios e cinco mortos; Beiru/Tancredo Neves, em Salvador, com quatro tiroteios e duas mortes; e Federação, com três tiroteios e cinco feridos. O relatório indica redução de 14% no número total de tiroteios em relação a julho do ano anterior, mas aumento de 13% no número de vítimas baleadas.

As chacinas também marcaram o mês: 14 pessoas foram mortas nesse tipo de ocorrência. 

Tailane Muniz, coordenadora regional do Fogo Cruzado na Bahia, ressalta a importância da atuação da organização no estado: “Antes do Fogo Cruzado, não havia como identificar esse tipo de tendência na Bahia. A violência armada está diretamente ligada à falta de transparência e à escassez de dados de qualidade. Sem essas informações, é impossível construir políticas públicas eficazes de proteção à população.”

O Instituto Fogo Cruzado monitora em tempo real a violência armada na Bahia, Belém, Recife e Rio de Janeiro, utilizando um aplicativo com banco de dados aberto, de onde são extraídos e divulgados os números registrados.

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