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Moradores do Complexo da Penha encontram pelos menos 65 corpos após megaoperação mais letal da história do Rio de Janeiro

Moradores recolheram dezenas de corpos após a operação; já são 104 mortes no dia seguinte à operação, ainda não há informações oficiais sobre as circunstâncias das mortes dos corpos encontrados nesta madrugada (29)
Imagem: Redes Sociais

Por Catiane Pereira*

Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, encontraram dezenas de corpos na madrugada desta quarta-feira (29), um dia após a megaoperação policial que já é considerada a mais letal da história do estado. As vítimas foram retiradas de uma área de mata na Serra da Misericórdia, conhecida como Vacaria, e levadas por moradores até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais vias da região.

De acordo com relatos locais, pelo menos 65 corpos foram enfileirados na praça para facilitar o reconhecimento por familiares. Segundo moradores, ainda há corpos para serem retirados na área de mata do morro. A cena mostra moradores descobrindo os corpos com panos e tentando identificar parentes e amigos. O governo do estado havia informado, até a noite de terça-feira (28), que 64 pessoas morreram durante os confrontos nos complexos da Penha e do Alemão (entre elas, quatro policiais) e 81 foram presas. Os corpos encontrados na madrugada não constam na contagem oficial.

O ativista Raull Santiago, morador do Complexo do Alemão e integrante do Instituto Papo Reto, afirmou ter ajudado na retirada dos corpos da mata em vídeo publicado em seu perfil nas redes sociais. “Em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, eu nunca vi nada parecido. É algo brutal num nível desconhecido”, declarou. Em vídeos e relatos nas redes sociais, moradores afirmam que ainda há corpos no alto do morro e pedem ajuda para a remoção.

Em nota enviada a veículos de imprensa, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) afirmou ter tomado conhecimento dos corpos na praça e disse que as circunstâncias estão sendo apuradas. O secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, informou que o caso está sob investigação.

A Polícia Civil orientou que o reconhecimento oficial dos corpos será feito no prédio do Detran, ao lado do Instituto Médico-Legal (IML), a partir das 8h desta quarta-feira (29). Durante o período de perícia, o acesso ao IML será restrito à Polícia Civil e ao Ministério Público.

A operação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil, Militar e Federal, foi deflagrada sob a justificativa de combater o tráfico de drogas e prender líderes de facções criminosas que atuam nas favelas do Alemão e da Penha. No entanto, a dimensão da letalidade reacendeu o debate sobre o uso excessivo da força policial, a violência de Estado e o impacto desproporcional dessas ações em territórios negros e periféricos.

*Com informações de Metrópoles 

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