Operação resgata 532 pessoas exploradas em trabalhos análogos a escravidão no Brasil

Os estados com maior número de resgates foram  Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Piauí  e Maranhão

Os estados com maior número de resgates foram  Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Piauí  e Maranhão

Por Patrícia Rosa

Imagem: Agência Brasil

A operação Resgate III retirou 532 vítimas de trabalho analogo a escravidão no Brasil, durante todo o mês de agosto. As ações aconteceram em 131 municípios, dos  22 estados brasileiros e do Distrito Federal. Os estados com maior número de resgates foram:  Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Piauí  e Maranhão.  

Os dados foram divulgados na última semana em coletiva de imprensa onde foram apresentados os resultados da operação conjunta, entre o Ministério do Trabalho e Emprego, a Defensoria Pública da União, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal , Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

As atividades trabalhistas com maior número de resgatados foram na zona rural, com 279 trabalhadores em cultivos de café, alho, batata e cebola.  Na zona urbana foram resgatados funcionários de  restaurantes, trabalhadores domésticos  e da construção civil. 

De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, entre as vítimas estava uma idosa de 90 anos, a vítima mais velha a ser resgatada no Brasil. Ela  foi explorada como trabalhadora doméstica, sem carteira assinada, durante 16 anos, no Rio de Janeiro (RJ). Foram resgatadas 26 crianças e adolescentes, vítimas de trabalho infantil e em situações analogas a escravidão.

As pessoas resgatadas receberam cerca  de R$ 3 milhões em verbas rescisórias, aproximadamente R$ 2 milhões  já foram pagos em danos morais e coletivos. Segundo o Ministério do Trabalho os valores pagos serão ainda maiores. 

“Muitos pagamentos ainda estão em processo de negociação com os empregadores ou serão judicializados”, afirmou o órgão através de nota.

A operação foi a maior ação conjunta do país e teve a finalidade de combater o trabalho ánalogo à escravidão e o tráfico de pessoas. 

“Não é possível que a gente continue tendo em instituições, empresas e pessoas físicas que coloque o ser humano em trabalho análogo à escravidão. Isso é uma agressão aos direitos humanos, é inaceitável, precisamos dizer chega, basta, não é possível”, afirmou o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em coletiva de imprensa. 

De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), das 2.575  de pessoas resgatadas em situação de trabalho análoga à escravidão em 2022, 92% eram homens e 83% , eram  pretos ou pardos.

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