Patrícia Hill Collins participará de ciclo formativo para educadoras em São Paulo (SP)

O "Ciclo formativo Interseccionalidade em Ação" acontece de 04 a 12 de julho

Texto: Divulgação 

A professora e socióloga estadunidense Patrícia Hill Collins, referência do feminismo negro, estará em São Paulo (SP) para participar do curso “Ciclo formativo Interseccionalidade em Ação”, da ONG Ação Educativa, contando com o apoio do Projeto Seta. Com o tema “Interseccionalidade em Ação”, o curso é destinado a promover uma compreensão aprofundada sobre a interseccionalidade e suas aplicações no campo da educação. A formação é gratuita e acontecerá no formato online nos dias 4 a 11 de julho, com um terceiro encontro presencial no dia 12 de julho, com a presença da pensadora.

Aberto ao público em geral, a formação é voltada especialmente para mulheres negras ou indígenas, cis, trans ou travestis, que atuam na educação básica pública ou em espaços não escolares. Como o número de vagas é limitado a 20 participantes, as interessadas precisarão preencher um formulário de inscrição online, disponível no site da Ação Educativa, assim como o edital com os critérios para a seleção.

Patrícia é professora na Universidade de Maryland, College Park, chefiou o Departamento de Estudos Afro-Americanos na Universidade de Cincinnati por mais de 20 anos, e é autora de obras como “Pensamento Feminista Negro” e “Interseccionalidade”. Durante o ciclo formativo, Hill Collins passará por diversas experiências que vão desde conhecer a Ocupação 09 de Julho em São Paulo até ter um momento de troca e diálogo com educadores. 

Sobre o ciclo formativo

Mas afinal, o que é interseccionalidade? O termo refere-se à maneira como diferentes formas de opressão – como racismo, sexismo, classismo, etarismo entre outras – se interligam e se sobrepõem. Em vez de analisar essas desigualdades isoladamente, a interseccionalidade avalia como essas múltiplas formas de discriminação se cruzam e impactam a vida das pessoas em várias dimensões. Na visão de Patricia Hill Collins, a interseccionalidade é tanto uma ferramenta de análise quanto de intervenção política na luta por justiça social.

“A forma como Patrícia constrói o conceito de interseccionalidade dentro da teoria crítica feminista é muito contemporânea, nova e relevante. Ela traz a interseccionalidade de raça, classe e gênero para dizer que existe uma construção da ‘mulheridade’ em se tratando das mulheres negras, que se constrói a partir de diferentes matrizes de opressão”, destaca Ednéia Gonçalves, coordenadora-executiva adjunta da Ação Educativa.  

Ela explica que a proposta da formação é que o conceito de interseccionalidade no pensamento da autora seja discutido nos encontros online. Já num segundo momento, será realizada uma seleção de trabalhos de professoras e professores que discutem raça e gênero, na abordagem interseccional, dentro do ambiente da educação escolar, para selecionar 20 propostas cujos responsáveis irão, além de fazer o curso, conhecer Patrícia pessoalmente. 

Como a proposta é fortalecer a abordagem interseccional nos processos educativos, as participantes da formação terão a oportunidade de reconhecer a complexidade das diferentes formas de opressão no dia a dia de educadoras e educandos. Temas como o feminismo negro brasileiro contemporâneo e o pensamento da socióloga também estarão presentes na programação.

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