Por Karla Souza
No último sábado (6), a Estação Luz, em São Paulo, testemunhou mais um caso de violência policial que trouxe à tona preocupações sobre o uso da força e a discriminação por parte das autoridades. Nas imagens registradas, um policial militar fardado é visto agredindo uma mulher caída no chão, acompanhado de comentários lesbofóbicos. Segundo relatos da advogada Ana Marques, que acompanha o caso, a vítima foi submetida a um tratamento homofóbico, desrespeitoso e agressivo, o que levanta questões sobre a conduta dos agentes de segurança pública.
A sequência de eventos capturada no vídeo exibe o policial ordenando que a mulher abaixe a mão, enquanto ela questiona o motivo, antes de ser agredida. Mesmo após a agressão, o agente insiste que ela se retire do local, na plataforma da Linha 1-Azul do Metrô. Antes disso, ele é visto puxando a mulher pelo colarinho da blusa, num gesto de violência física e verbal.
“Ela estava sentada na plataforma do Metrô, balançando as pernas no espaço onde passa o Metrô. Ele a puxou de maneira truculenta e disse que se é homem, tem que apanhar igual homem. Foi truculento e a chamou de sapatão. Tudo leva a acreditar que foi um caso de homofobia”, declarou a advogada Ana Marques em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
A postura do policial, marcada pela truculência e desrespeito, não é apenas um problema individual. Ela evidencia uma cultura institucional que tolera e até mesmo legitima o uso excessivo da força, especialmente contra mulheres, pessoas LGBTQIAPN+ e outras minorias.
Diante disso, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e a ativista Amanda Paschoal não se calaram diante do caso. Elas denunciaram o policial militar agressor à Ouvidoria da Polícia Militar, destacando os fortes indícios de lesbofobia no ataque. “Os policiais militares, cada dia mais violentos no nosso Estado, precisam responder pelos seus atos. E qualquer indício de discriminação precisa ser devidamente investigado”, publicou Paschoal nas redes sociais.
Após a divulgação do vídeo, a Polícia Militar anunciou que o policial envolvido foi identificado e afastado de suas funções até o fim da investigação, embora sua identidade não tenha sido revelada pelos órgãos responsáveis. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou em coletiva de imprensa que não tolerará nenhum tipo de abuso desse tipo por parte da PM. “O destino dessas pessoas que resolvem transgredir será a punição disciplinar, o afastamento da corporação, a expulsão e nós vamos agir com muita força para impedir que comportamentos dessa natureza se repitam”, afirmou.
Líderes políticos também se manifestaram sobre o crime. O deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL-SP) e a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) expressaram repúdio ao incidente e exigiram a identificação e punição do agente responsável.