Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

“Se tivesse recebido chibatadas quando criança, talvez, não estivesse sendo julgado”, afirma promotor para réu, durante audiência

Declaração racista foi registrada em ata e encaminhada à Corregedoria do MP/RS
Imagem: Reprodução Google Maps

Por Karla Souza

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é alvo de investigação após manifestação considerada racista durante sessão do Tribunal do Júri em São José do Norte, no último dia 28 de agosto. Durante a audiência, ele teria afirmado que “se o réu tivesse recebido chibatadas quando criança, talvez, não estivesse sendo julgado naquele momento”. A declaração foi registrada em ata pela magistrada responsável e comunicada à Corregedoria-Geral do Ministério Público.

O Tribunal de Justiça do estado confirmou em nota a consignação formal da fala e informou que o episódio foi encaminhado aos órgãos competentes para apuração. O procedimento segue o trâmite regular adotado em situações de suposta conduta irregular de membros do Ministério Público. A defesa do acusado classificou a fala como racista, o que levou ao registro da ocorrência nos autos.

A Corregedoria do MP/RS abriu procedimento para investigar a conduta do promotor Jaimes dos Santos Gonçalves. Em comunicado, o órgão afirmou que “tomará todas as providências legalmente cabíveis” após a análise da manifestação. A investigação deve apurar se a fala configura violação disciplinar e criminal, tendo em vista as legislações que tratam do combate ao racismo no Brasil.

Racismo e injúria racial

A legislação brasileira considera o racismo crime inafiançável e imprescritível, previsto na Lei nº 7.716/1989. Além disso, a injúria racial, tipificada no Código Penal, foi equiparada ao crime de racismo pela Lei 14.532/23. Isso significa que ofensas direcionadas a indivíduos em razão de sua cor ou etnia passam a ter o mesmo peso jurídico de condutas discriminatórias coletivas.

Compartilhar:

.

.
.
.
.

plugins premium WordPress