Segunda audiência de instrução do caso Carlos Alberto Júnior acontece 10 anos após a morte do jovem

Júnior tinha 22 anos quando foi morto por agentes da Polícia Militar no Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador (BA)

Júnior tinha 22 anos quando foi morto por agentes da Polícia Militar no Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador (BA)

Por Instituto Odara

Na próxima quarta-feira (14), às 10h30, acontece a segunda audiência de instrução do caso Carlos Alberto Júnior, jovem negro de 22 anos, morto por agentes da Polícia Militar da Bahia (PM – BA) em 2013. O processo está tramitando no 1º Juízo da 1ª Vara do Júri e a audiência será realizada no Fórum Criminal de Sussuarana, em Salvador (BA). 

Os réus pelo homicídio de Carlos Alberto Júnior são os policiais Jefferson França, Diego Luiz Silva e Iapuran Cerqueira Junior. Eles foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MP – BA) por homicídio duplamente qualificado, cometido por motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima.

Na audiência serão ouvidas as testemunhas de acusação. No entanto, algumas intimações não foram entregues porque, dez anos após o crime, algumas das testemunhas não foram mais localizadas em seus respectivos endereços.

Relembre o caso

O crime aconteceu no dia 13 de junho de 2013, na localidade conhecida como Olaria, no Complexo do Nordeste de Amaralina. A PM alega que uma guarnição da 40ª Companhia Independente de Polícia Militar (40ª CIPM) foi chamada por conta de um grupo de homens que estaria comercializando entorpecentes na região e que a operação resultou numa troca de tiros que acabou vitimando Júnior.

Apesar da morte do jovem ter sido registrada como um Auto de Resistência, com a afirmação de que os agentes foram recebidos a tiros quando chegaram à localidade, testemunhas relataram que não houve troca de tiros e que a vítima pulou o muro de uma casa para tentar se proteger dos tiros, mas foi perseguido e executado pelos policiais. Ainda segundo o relato de alguns moradores da Olaria, os policiais teriam colocado uma arma junto ao corpo do rapaz.

Rita de Cássia Souza, mãe de Júnior, conta que uma moradora da localidade onde o jovem foi assassinado ouviu os disparos e, preocupada com seu próprio filho, tentou chegar até o corpo para ver de quem se tratava, mas foi impedida e ameaçada de morte pelos policiais.

Após a morte do rapaz, familiares, amigos e moradores do Nordeste de Amaralina realizaram inúmeros protestos para pedir justiça por Júnior e também por seu primo Joel, de 10 anos, baleado e morto dentro da própria casa em 2010, na mesma rua onde Júnior foi executado.

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