Taxa de desemprego de mulheres e negros fica acima da média nacional em 2023, aponta IBGE

A taxa de desemprego entre a população branca é de 5,9%, ao passo que atinge 8,9% entre pretos e 8,5% entre pardos. A Pnad mostra ainda que a porcentagem de empregados com carteira assinada é maior no Sul do país.

A taxa de desemprego entre a população branca é de 5,9%, ao passo que atinge 8,9% entre pretos e 8,5% entre pardos. A Pnad mostra ainda que a porcentagem de empregados com carteira assinada é maior no Sul do país.

Por Andressa Franco*

Imagem: Jeso Carneiro

A taxa de desocupação de mulheres e pessoas negras ficou acima da média nacional em 2023, de acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última sexta-feira (16). A pesquisa coleta dados de 211 domicílios de 3.464 municípios em todos os estados e no Distrito Federal. 

Enquanto a média nacional de desocupação atingiu o índice de 7,4% no último trimestre de 2023, a taxa de mulheres marcou 9,2%, enquanto a dos homens ficou em 6%. No segundo trimestre de 2020, o IBGE registrou a menor diferença na taxa de desocupação entre homens e mulheres: 27%.

Segundo a Pnad, ao olhar para o marcador racial, a taxa de desemprego entre a população branca é de 5,9%, ao passo que atinge 8,9% entre pretos e 8,5% entre pardos, também superando a média nacional. Números não muito diferentes do início da série histórica, quando a taxa de desemprego entre os brancos era de 6,7%, enquanto a dos pretos equivalia a 9,7%, e a dos pardos, a 9,2%. Na época, a média nacional era de 8%.

O levantamento mostra ainda como o nível de escolaridade reflete na taxa de desocupação. No último trimestre de 2023, as pessoas com ensino médio incompleto chegaram a 13% entre os desempregados, o pior entre todos os segmentos. 

Também apresentaram números piores do que a média nacional os grupos com fundamental incompleto (7,9%), fundamental completo (9,3%) e médio completo (8%). O cenário muda para as pessoas com ensino superior incompleto (7,6%) e completo (3,6%).

Índice de desemprego por estado

Analisando o índice de desemprego por estado, a Pnad constata que 26 dos 27 estados tiveram queda no índice de desemprego. O único que apresentou aumento na taxa foi Roraima, que passou de 6,8% para 7%.

As maiores taxas de desocupação anual foram registradas em Pernambuco (13,4%), Bahia (13,2%) e Amapá (11,3%); já as menores ficaram com Rondônia (3,2%), Mato Grosso (3,3%) e Santa Catarina (3,4%). Oito estados alcançaram a menor taxa anual de desocupação da sua série histórica: Rio Grande do Norte (10,7%), Alagoas (9,2%), Acre (7,5%), Tocantins (5,8%), Minas Gerais (5,8%), Espírito Santo (5,7%), Mato Grosso (3,3%) e Rondônia (3,2%).

O único estado que apresentou aumento na taxa foi Roraima, que passou de 6,8% para 7%. Outro índice que apresentou queda, embora tímida, foi a taxa anual de informalidade, que passou de 39,4% em 2022, para 39,2% em 2023.

Porcentagem de empregados com carteira assinada é maior no Sul

A pesquisa também revelou a porcentagem de empregados com carteira assinada, que representam 73,7% entre os empregados do setor privado no último trimestre de 2023. Os maiores percentuais estão concentrados nos três estados da região Sul: Santa Catarina (88,2%), Rio Grande do Sul (81,9%) e Paraná (81,7%). Enquanto todos os menores percentuais foram registrados em estados da região Nordeste menores, no Maranhão (48,9%), Piauí (51,6%) e Paraíba (54,9%).

*Com informações da Agência Brasil

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