Trabalhadores em situação análoga a escravidão são resgatados em Barra Grande (BA)

Sete trabalhadores foram resgatados em situação análoga a escravidão, na última terça-feira (21). Entre eles  estava um adolescente de 16 anos. O resgate aconteceu em um canteiro de obras da construção civil, em Barra Grande, na Península de Maraú (BA). 

Entre os sete resgatados estava um adolescente de 16 anos. As vítimas trabalhavam sem contrato de trabalho, não tinham alojamento, água potável e nem banheiros

Por Patrícia Rosa

Imagem: Ministério Público do Trabalho

Sete trabalhadores foram resgatados em situação análoga a escravidão, na última terça-feira (21). Entre eles  estava um adolescente de 16 anos. O resgate aconteceu em um canteiro de obras da construção civil, em Barra Grande, na Península de Maraú (BA). 

Das três construtoras responsáveis, duas  têm sede em São Paulo e uma na Bahia.  Os nomes não foram divulgados. De acordo com informações do Ministério Público do Trabalho (MPT), os operários tinham a carga horária acima de 52 horas semanais,  sem contratos de trabalho e direitos trabalhistas e não portavam os Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Além disso, no canteiro de obras não tinha sanitários, água potável e os trabalhadores dormiam dentro da própria construção, que não tinha portas, janelas e nem camas.

As empresas envolvidas pagaram um total de R$ 150 mil em verbas rescisórias. O MPT afirmou que segue  a negociação com as empresas envolvidas visando o pagamento de indenização por danos morais coletivos. Além disso, o órgão ainda negocia com os empregadores um outro ajuste de conduta.

“Foi firmado um termo de ajuste de conduta emergencial, no qual os empregadores reconhecem o vínculo trabalhista e se comprometem a pagar os valores calculados para cada trabalhador”, diz o MPT em nota.

Os operários que são de cidades baianas, foram levados para uma pousada e após a quitação das verbas rescisórias retornaram para suas casas.  De acordo com o MPT a obra foi paralisada e as empresas responsáveis admitiram as irregularidades. “Nos próximos dias os empregadores serão autuados por cada uma das irregularidades verificadas.”
Em 2021, a Bahia  registrou o maior número de trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão dos últimos sete anos, com 188 vítimas encontradas. Os números são da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo da Bahia (COETRAE/BA).

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