Da Redação
A laicidade do Brasil vai a desencontro aos altos índices de intolerância religiosa no Brasil, apesar de todo cidadão ter o direito de manifestar suas crenças. De acordo com o último relatório do disque 100, no primeiro semestre de 2019, foi registrado um aumento de 56% no número de denúncias de intolerância religiosa, em comparação ao mesmo período do ano anterior. A maior parte das denúncias, foram feitas pelo povo de Santo, de religiões de matriz africana.
“Quais caminhos precisamos traçar para combater a Intolerância?” Essa é a pergunta tema da mesa de diálogo, que acontece no dia 21 de janeiro, realizada pelo Unzó Maiala, a partir das 10 da manhã, na casa d’Itália, na avenida 7 de setembro, em Salvador (Ba).
O terreiro de Candomblé de Nação Angola é localizada no bairro da Fazendo Garcia e é comandado pela Mameto de Nkisi Tandü, Laura Borges. Ela fala sobre o intuito do evento e a importância da discussão ampla do assunto. “O evento tem o objetivo de tentar combater e trazer uma referência diferente de pensamentos para a melhora na situação da intolerância religiosa, não só no aspecto da religião de matriz africana, mais em todas religiões.”
A roda de conversa busca alertar acerca do grande problema desta violência e visibilizar à luta pelo respeito a todas as religiões além de estreitar as formas de combate ao racismo religioso. Compõem a mesa, a Ialorixá, negra, mulher Trans e pedagoga Tiffany Odara, da ativista pelos direitos humanos e contra o racismo, católica e assessora de Koinonia, Camila Chagas (Advogada), a escritora, poeta e mulher preta de Axé, Maiara Silva, do assistente social e presidente da Mesa de Ogãs, Junior Afikodé (Alafin Oyó), a assistente social Rosa Bonfim e do multiartista, pesquisador e descendente indígena Caboclo de Cobre, Luiz Guimarães, entre outros participantes .
O 21 de janeiro marca o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que foi oficializado em 2007, pela da Lei n.º 11.635, de 27 de dezembro. A data foi escolhida em homenagem à Mãe Gilda, do terreiro Ilê Axé Abassá de Ogum, localizado no bairro de Itapuã, em Salvador. Há 21 anos a Ialorixá faleceu, ela tinha 65 anos quando sofreu um infarto, em consequência do crime de intolerância religiosa.
“Combater à desinformação é o primeiro caminho nesta luta pelo fim da intolerância religiosa. Por que não dizer de racismo religioso?. Sabemos que a intolerância a nós de povo de matriz africana é também uma questão de cor de pele. Precisamos somar forcas para romper as barreiras do preconceito e assegurar a todos o livre exercício dos cultos religiosos”, descreve Mameto de Nkisi Tandü.
O evento está com as inscrições encerradas e o público de casa pode acompanhar a conversa ela transmissão do Instaram do @unzomaiala. O uso de máscara é obrigatório no local, respeitando todos os protocolos de saúde para enfrentamento à Covid-19.
A ação de contra partida do Unzó Maiala com o uso do subsídio pago pelo Mapa Cultural de Salvador da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos da Secretaria Especial Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.
O que: I Roda de Diálogo sobre o combate a intolerância religiosa
Data: 21 de janeiro
Horário: A partir das 10 horas
Local: Casa de Itália, Avenida 7 no Centro de Salvador