Pessoas em situação de rua é o número que maior representa os negros vacinados, médicos e enfermeiros representam a maioria das pessoas brancas
Por Andressa Franco
Imagem: Amanda Perobelli – Reuters
Na última segunda-feira (15), a Agência Pública publicou um levantamento exclusivo a partir dos dados de 8,5 milhões de pessoas que receberam a primeira dose das vacinas contra a covid-19 no Brasil, apontando que 1,7 milhão dessas pessoas se declararam como negras, ao passo que 3,2 milhões, quase o dobro, se declararam brancas.
Os números chamam atenção para o racismo institucional enfrentado no país que possui uma população de maioria negra, 119,2 milhões, segundo senso do IBGE de 2019. Essa mesma população é a que vem sendo mais atingida pela letalidade do vírus.
Ainda de acordo com o levantamento, entre as razões para a população negra ser minoria entre os vacinados, está o fato de funcionários de hospitais, como setor de limpeza e segurança, não terem sido considerados parte do grupo prioritário em algumas regiões do país. Outro fator está na população negra ser comparativamente mais jovem que a branca, cuja expectativa de vida é maior no Brasil.
Já entre a parcela vacinada, pessoas em situação de rua é o número que maior representa os negros, além dos quilombolas, grupo considerado prioritário. Enquanto a ocupação que representa a maior parte da parcela branca da população vacinada, é de médicos e enfermeiros.