Por Patrícia Rosa
Zezé Motta, de 80 anos, foi nomeada Doutora Honoris Causa pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O título de honraria máxima concedida pela instituição, foi entregue à artista na última quinta-feira(31), em cerimônia realizada no auditório do Museu da Vida Fiocruz, no Rio de Janeiro(RJ). O título foi comemorado em sua rede social.
“Bom dia, gente, eu estou tão, mas tão emocionada. Vocês estão sabendo? Agora sou uma Doutora Honoris Causa. Recebi esse título da Fiocruz. A principal instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, sendo referência em pesquisa na área de saúde pública”, escreveu a artista.
Durante a premiação, Zezé falou da emoção, honra e alegria de receber o título. “Receber essa homenagem que ressalta minha contribuição como artista, na luta contra o racismo e na produção da cultura brasileira, é um momento que me faz refletir sobre minha trajetória. Receber esse título sinto que a minha trajetória se entrelaça a de todos que lutam por justiça e igualdade”, discursou a Doutora Honoris.
Maria José Motta de Oliveira é uma atriz, cantora e ativista que começou sua carreira nos anos 60. Ao longo de sua trajetória, ela acumula mais de 14 discos, 35 novelas e mais de 50 filmes. Dentre os inúmeros papéis que ela atuou, como “Xica da Silva”, em 1976, também interpretou a escritora Carolina Maria de Jesus em um curta no ano de 2003.
“Minha carreira foi marcada pela busca da representatividade e pelo combate ao preconceito”. No seu discurso, Zezé relembra as trocas e ensinamentos que teve com a saudosa ativista e escritora Lélia Gonzalez.
O presidente da Fiocruz, Márcio Moreira, falou sobre a importância da entrega do prêmio, que busca reconhecer o trabalho de pessoas que contribuíram para a melhoria da humanidade e do país.
“Entendemos que a expressão científica também se dá pela cultura e pelas artes, mas, para além disso, Zezé encarna uma luta do nosso cotidiano por um país menos desigual. Esta é uma luta da Fiocruz, porque é uma luta da sociedade brasileira”, disse o presidente.
“Ser uma mulher preta que conseguiu se firmar no cenário artístico, desafiando estereótipos e conquistando espaços é uma vitória que carrego comigo e com todas as mulheres pretas que vieram antes e as que ainda vivem agora”, discursou Zezé na cerimônia.