CBF e Palmeiras criticam Conmebol por punições ineficientes em caso de racismo contra Luighi

A CBF prometeu tomar todas as medidas cabíveis diante do descumprimento do Protocolo Global Antirracismo da FIFA pela Conmebol, aprovado no ano passado

Da Redação

Como consequência dos gestos e xingamentos racistas proferidos pelos seus torcedores contra o atacante do Palmeiras, Luighi, o clube paraguaio Cerro Porteño foi punido com uma multa de US$ 50 mil (cerca de R$ 288 mil) pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).

Além da multa, a entidade determinou a ausência de público nos jogos da competição e a publicação de uma campanha comunicacional para a conscientização do racismo nas redes sociais do Cerro Porteño, com a participação dos jogadores. O time ainda pode recorrer da punição.

Em resposta, tanto o Palmeiras quanto a Confederação Brasileira de Futebol (CPF) criticaram as medidas. 

Por meio de nota, o Alviverde declarou que, com exceção da campanha nas mídias sociais, as sanções são insuficientes para combater a discriminação racial no futebol da América do Sul. O clube pretende recorrer à Fifa.

Já a CBF, também por nota no último domingo (9), afirmou receber a inefetividade da Conmebol com indignação, e que “a decisão não combate com o rigor necessário a discriminação racial ocorrida, mas, lamentavelmente, incentiva a prática de novos atos criminosos ante a ineficácia das penalidades aplicadas – sobretudo a um clube reincidente”. Isso porque a punição só atinge a equipe sub-20 do clube denunciado, que deve ter apenas mais um jogo antes de encerrar sua participação na competição.

A CBF prometeu tomar todas as medidas cabíveis diante do descumprimento do Protocolo Global Antirracismo da FIFA pela Conmebol, aprovado no ano passado.

Em entrevista para a Afirmativa em uma reportagem sobre o racismo no futebol, o diretor executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, ressaltou que não é possível combater o racismo nos estádios apenas com punição. “É preciso promover diversidade nos espaços. É impossível que o futebol brasileiro continue sendo conduzido e gerido apenas por pessoas brancas. Esse grupo não vai ser capaz de promover ações efetivas de combate ao racismo.”

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Lembre o caso

O caso aconteceu durante a partida pela Libertadores Sub-20, na última quinta-feira (6), quando Luighi foi hostilizado após ter marcado um dos gols da partida, que terminou com a vitória do Palmeiras por 3×0.

Ele chegou a levar uma cusparada, e sua entrevista após o jogo viralizou nas redes sociais quando, em lágrimas, declarou: “O racismo que fizeram comigo… é sério? Até quando a gente vai passar por isso? O que fizeram comigo foi um crime. Você (entrevistador) vai perguntar sobre o jogo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? CBF? Não vai perguntar sobre isso? Não ia, né? O que fizeram foi um crime”. O jogador Figueiredo também foi atacado.

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