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Indígenas protestam contra instalação de data center do Tiktok no Ceará sem consulta prévia

Estrutura consumirá diariamente energia equivalente a 2,2 milhões de brasileiros
Imagem: Mariano Anacé Japiman

Por Matheus Souza*

Na última segunda-feira (4), um grupo de indígenas Anacé ocupou a Superintendência de Meio Ambiente do Ceará (Semace), em protesto contra o projeto de data center que a Casa dos Ventos e o TikTok querem instalar em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza (CE). Os Anacé denunciam a falta de consulta prévia e pedem que o processo de licenciamento ambiental do empreendimento, que está em curso na Semace, seja suspenso até que o protocolo seja garantido.

Data centers são infra estruturas robustas de armazenamento, processamento e treinamento de dados, que consomem quantidades acachapantes de energia para seu funcionamento. A legislação brasileira ainda tem dificuldades em estabelecer regras para esses estabelecimentos, e o que acontece é que o licenciamento para construção de data centers têm sido enquadrados em grupos que não comportam a natureza real do empreendimento, como o de construção civil, onde também aparecem estruturas como kartódromos e parques de vaquejada, com impactos consideravelmente menores no meio ambiente. 

Para se ter uma ideia, o data center de Caucaia prevê consumir em um dia a energia equivalente a 2,2 milhões de brasileiros. Segundo apurou reportagem do Intercept Brasil, a classificação dada ao projeto foi de baixo impacto ambiental, dispensando um estudo mais aprofundado dos efeitos que o data center terá no meio ambiente.  Para obter a licença prévia do estado do Ceará, a Casa dos Ventos, empresa que assina oficialmente o projeto, só teve que apresentar o relatório ambiental simplificado.

“Em nenhum momento, o povo Anacé foi consultado e procurado acerca deste projeto. Para além da não-observância do protocolo de consulta, manifestamos nossa profunda preocupação com os impactos socioambientais que empreendimentos como data centers implicam, especialmente pelo uso intensivo de água e energia, o que representa risco ao direito à sustentabilidade de nosso território”, afirma a Organização dos Velhos Troncos do povo Anacé, a Japiman, em ofício à Semace.

O grupo de manifestantes prometeu permanecer no local até conseguirem uma reunião com o superintendente da Semace, João Gabriel Rocha.

*Com informações do The Intercept

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