Por Catiane Pereira
Um episódio de racismo marcou a partida entre Batel Guarapuava e Nacional-PR, no último sábado (4), pela Taça FPF, em Guarapuava (PR). O volante Diego, do Batel, chamou o zagueiro Paulo Vitor, do Nacional, de “macaco” durante uma discussão em campo. Em reação à injúria racial, Paulo Vitor desferiu um soco no adversário, que caiu no gramado e precisou de atendimento médico.
O árbitro Diego Ruan Pacondes da Silva aplicou o protocolo antirracismo da Fifa, cruzando os braços em formato de “X”, e interrompeu o jogo por 18 minutos. O incidente foi registrado na súmula da partida, que terminou 1 a 0 para o Batel, garantindo a classificação da equipe e a eliminação do Nacional.
Após a partida, Paulo Vitor se manifestou nas redes sociais: “Não sou a favor da violência, mas parece que só assim eles sentem na pele. Quem é da cor vai entender minha reação. Espero que a justiça seja feita e que casos como esse não sejam julgados como vitimismo. Fogo nos racistas”, escreveu.
O Batel Guarapuava anunciou a demissão imediata de Diego. Em nota, o clube declarou que o atleta “foi imediatamente desligado de suas atividades e não integra mais o elenco profissional”. O Batel reafirmou seu compromisso com respeito, igualdade e direitos humanos, e afirmou que continuará colaborando com as autoridades.
A Federação Paranaense de Futebol (FPF) também se posicionou, informando que o caso será encaminhado ao Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR). A entidade reforçou seu compromisso com o combate ao racismo e à violência no futebol, destacando que mantém campanhas permanentes de conscientização nos estádios, no site e nas redes sociais.
A Polícia Civil do Paraná instaurou um inquérito para apurar o ocorrido e colheu o depoimento dos dois atletas. O desdobramento do caso poderá trazer medidas disciplinares adicionais, tanto no âmbito esportivo quanto legal.