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Universidade Federal de Sergipe aprova cotas para pessoas trans e travestis a partir de 2026

A aprovação atende a reivindicações históricas de movimentos trans e amplia o acesso à universidade
Imagem: Revista Afirmativa

Por Patrícia Rosa

Na última segunda-feira (17), a Universidade Federal de Sergipe (UFS), por meio do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Conepe/UFS), aprovou a implementação de cotas afirmativas para pessoas trans nos cursos de graduação presenciais. As vagas serão disponibilizadas a partir do período letivo 2026.1.

As vagas serão adicionais, acima do número normal de cada curso, e continuarão seguindo as regras de ampla concorrência e as ações afirmativas já existentes. Será apenas uma vaga extra por curso em cada turno.

“A UFS está acompanhando todas as universidades com essa preocupação de dar acessibilidade e permanência às pessoas trans dentro da comunidade acadêmica”, afirma a professora Terezinha Leite, relatora do parecer.

O acesso da comunidade trans e travesti à educação é marcado pela transfobia, que reduz significativamente a permanência escolar e acadêmica. Dados de 2022 da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) apontam que 70% da população trans não concluiu o ensino médio e apenas 0,3% conseguiu chegar ao ensino superior.

De acordo com nota publicada pela universidade, estão sendo formuladas políticas públicas para garantir a permanência desses e de outros estudantes, para que possam não somente ingressar, mas concluir o curso.

Linda Brasil (PSOL/SE), primeira mulher trans eleita deputada estadual em Sergipe, celebrou a decisão nas redes sociais e lembrou que a conquista é fruto da mobilização da Frente por Cotas Trans e Travestis na UFS, dos movimentos sociais e da comunidade acadêmica. “Garantir acesso à universidade é garantir vida. É permitir que pessoas trans ocupem todos os espaços e tenham oportunidades que historicamente lhes foram negadas.”

A ANTRA também comemorou a conquista, lembrando que a UFS se soma agora a outras 31 universidades que adotaram cotas para a comunidade trans e travestis. A organização chamou atenção para a importância de reparar anos de exclusão e violência institucional que afastaram pessoas trans dos espaços educacionais.

“Para a ANTRA, cada aprovação de cotas é um ato político de resistência, justiça e esperança. Representa o compromisso das universidades com a equidade e a pluralidade, fortalecendo a construção de uma educação verdadeiramente pública, inclusiva e transformadora.”

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