Em nota, CCR Metrô Bahia afirma que o segurança envolvido foi desligado da empresa
Por Daiane Oliveira
Imagem: Reprodução
O artista Aleff Bernardes utilizou uma rede social para denunciar a agressão sofrida por um segurança do metrô, em Salvador, na noite desta sexta-feira (10). O jovem relata que ao sair do banheiro da estação Tamburugy foi abordado de forma hostil, e para se sentir mais seguro começou a gravar e conseguiu registrar as agressões.
Aleff Bernardes voltava para casa quando precisou ir ao banheiro, com fone de ouvidos não percebeu nada diferente até que foi abordado por um segurança que questionava o que o mesmo fazia no banheiro. Aleff lembra que na hora da abordagem tinham outras pessoas transitando no metrô mas era um “alvo fácil” por ser homem negro, gay e candomblecista.
“Eu era a única pessoa visivelmente gay, estava de branco, com contas de candomblé no meu pescoço. Eu era um alvo fácil para ele que estava a fim de oprimir alguém. Por que ele não abordou as pessoas que estavam entrando e saindo do banheiro?”, questiona o artista.
O jovem ainda conta que depois de ter o celular arremessado ao chão e ser empurrado, o segurança correu atrás dele pela plataforma e gritou para que outros agentes do metrô o segurassem. Abalado, Aleff conta que temeu pela própria vida. A abordagem só cessou quando conseguiu mostrar o vídeo da agressão para outros seguranças e foi liberado.
Segurança acusado de agressão é demitido
Em nota, a CCR Metrô Bahia, administradora do metrô, diz que “não tolera nenhum ato de violência ou ação que não esteja alinhada ao valor de cuidado e empatia”. A empresa ainda informou que ao apurar os fatos decidiu pelo desligamento do colaborador.
A CCR Metrô entrou em contato com Aleff Bernardes oferecendo que o mesmo participasse de “uma formação”, onde com sua arte instruiria os agentes da concessionária. A empresa ainda afirma que investe em um programa de capacitação e treinamentos para seus colaboradores, com objetivo de prestar um serviço de qualidade e atendimento de excelência focado em mobilidade humana.
Histórico de violência e racismo no Metrô
Apesar da nota, em 2021 outro homem negro, Caique Vitor Paiva, de 29 anos, relatou que sofreu agressões e injúria racial por parte de seguranças do metrô de Salvador após problemas com uma máquina de recarga do cartão do transporte público. A empresa CCR Metrô, na época, negou as acusações.