Assassinato da venezuelana Julieta Hernández reforça imagem do Brasil como um dos destinos mais perigosos para as mulheres

Desaparecida desde o dia 23 de dezembro de 2023, a venezuelana Julieta Ines Hernández Martinez, 38 anos, conhecida como "Palhaça Jujuba",

Por Elizabeth Souza*

Imagem: Redes Sociais

Desaparecida desde o dia 23 de dezembro de 2023, a venezuelana Julieta Ines Hernández Martinez, 38 anos, conhecida como “Palhaça Jujuba”, foi encontrada morta no último dia 05 de janeiro,  no município de Presidente Figueiredo, interior do Amazonas (AM). O assassinato foi cometido por um casal que confessou o crime à polícia, os dois foram presos preventivamente  O caso reforça a imagem do Brasil como um dos mais perigosos do mundo para as mulheres viverem.

De acordo com o índice  Women’s Danger Index, o Brasil é o segundo país mais perigoso do planeta para mulheres viajarem sozinhas, ficando atrás apenas da África do Sul. O caso de Julieta é um retrato de como esse índice se aplica em território brasileiro. Tendo viajado diversas cidades de bicicleta, a Palhaça Jujuba integrava o grupo “Pé Vermêi”, composto por  artistas e cicloviajantes que pedalam pelo Brasil.

Residindo no Brasil há oito anos, foi em 2019 que Julieta resolveu iniciar as viagens em duas rodas pelo país, mesmo período em que decidiu pedalar rumo à sua terra natal, Venezuela, onde encontraria sua mãe, como disse sua amiga Guadalupe Merki, em entrevista ao G1. 

Passando por estados como Rio de Janeiro, Maranhão e Pará, ao chegar no Amazonas, mais especificamente no município de Presidente Figueiredo, a venezuelana deixou de mandar informações para o grupo “Pé Vermêi”, que recebeu o último contato em 23 de dezembro do ano passado. 

Com o desaparecimento, as buscas foram iniciadas pela polícia após um amigo da vítima realizar um boletim de ocorrência. No dia cinco de janeiro um corpo foi encontrado em uma região de mata da cidade e a confirmação de que se tratava de Julieta veio no dia seguinte pelo Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), mesma data em que um casal suspeito pelo crime foi preso. 

De acordo com informações do delegado responsável pelo caso e titular da Delegacia de Presidente Figueiredo, Valdinei Silva, a artista tinha o objetivo de pernoitar em duas pousadas.  Não dando certo o objetivo, Julieta se dirigiu a uma casa em que o casal suspeito do crime morava, o local era um ponto de apoio para ciclistas e outros viajantes. 

Apesar das contradições nas narrativas, em depoimento à polícia o casal confessou o crime. Em detalhes sobre o caso, à polícia informou ao G1 que no dia 23 de dezembro, por volta de 1h da madrugada, o suspeito pediu à esposa que roubasse o celular de Julieta, tendo negado o pedido, o homem armado com uma faca se dirigiu à artista para roubar o seu celular. Em meio a uma luta corporal, ele enforcou a vítima e a esposa amarrou as suas pernas. Depois, Julieta foi arrastada pelo homem para dentro da casa, onde foi estuprada.

Ao se deparar com a cena, ao acender as luzes, a esposa do rapaz com ciúmes ateou fogo nos dois. O criminoso ainda chegou a buscar ajuda em um hospital. Concluindo a brutalidade, a esposa, após amarrar uma corda no corpo da venezuelana, que estava desacordada, arrastou-a até uma região de mata e a enterrou.

Presos preventivamente a pedido da Justiça do Amazonas, o casal responderá pelos crimes de latrocínio, estupro e ocultação de cadáver.

Com informações do G1

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