Caminhadas dos Terreiros do Engenho Velho da Federação chega a sua 18ª edição

Chega a 18ª edição a caminhada dos terreiros do Engenho Velho da Federação, em Salvador (BA), pelo fim da violência e do ódio religioso e pela paz. A ca

A intervenção religiosa toma as ruas com uma homenagem à memória  Ebomi do Terreiro do Cobre, Tia Telinhas e em  comemoração a vida e pelo direito à liberdade de Fé

Por Patrícia Rosa

Chega a 18ª edição a caminhada dos terreiros do Engenho Velho da Federação, em Salvador (BA), pelo fim da violência e do ódio religioso e pela paz. A caminhada acontece tradicionalmente nos dias 15 de novembro, a concentração acontece  no final de linha do bairro,  com saída a partir das 14  horas.

A  tradicional ação religiosa é realizada pelo Terreiro do Cobre em parceria com outras comunidades de terreiros de Salvador. A Ekedji do Terreiro de Bogum, Jandira  Mawusí, de 48 anos, é uma das organizadoras da caminhada que participa desde a primeira edição em 2004. Conhecida como Janda, ela fala dos objetivos desta 18ª edição. “ A gente está aqui passamos por essa pandemia que levou tanta gente, agradecer aos orixás, aos voduns, inquices, caboclos e aos encantados por estarmos aqui e colocar a caminhada na rua a caminhada novamente.”

Outro importante intuito da ação é uma femenagem, um reconhecimento à trajetória e memória da Ebomi do Terreiro do Cobre, carinhosamente chamada de Tia Telinha, que morreu em julho deste ano aos 96 anos. A soteropolitana, criada no Engenho Velho da Federação foi uma das fundadoras da caminhada. “Ela e outras precursoras iam de porta em porta chamar as comunidades de terreiros para ir  para rua, dizendo não a toda a violência que vinha sendo causada pelos neopentecostais”, relata Janda.

As comunidades de terreiros também vão às ruas pelo direito de professar a Fé, pela liberdade  das práticas de suas  tradições e pela vida das mulheres e pela juventude negra.

Liberdade Religiosa

A liberdade religiosa é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal de 1988. Em contrapartida ao direito garantido por lei, em  2021 o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) recebeu 586 denúncias de intolerância religiosa, um aumento de 141% em relação ao ano anterior, que teve  o total de 243 denúncias.

“A gente está indo para rua para pedir também que o direito seja cumprido, essa caminhada tem o objetivo de reivindicar o nosso direito, pela manutenção das nossas vidas”, finaliza Jandira. 

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